Diagnóstico revela sucateamento dos postos do Sine de Macapá e Santana

Uma visita aos prédios do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Macapá e Santana proporcionou a dimensão da falta de investimentos nos últimos anos nestes locais. Os problemas mais comuns são infiltrações, banheiros danificados, falta de manutenção nas centrais de ar, equipamentos de informática obsoletos e internet lenta. O diagnóstico preliminar foi feito nos dias 8, 9 e 10 de janeiro pela nova gestora da Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo (Sete), Marciane Santo.

Segundo o relatório da visita, no Sine, localizado em frente à Praça Floriano Peixoto, bairro do Trem, há boa vontade dos servidores em atender ao público, contudo, o problema são as condições de trabalho. O prédio necessita de uma reforma urgente e manutenção imediata dos equipamentos de informática. Algumas salas, que deveriam ser utilizadas para outros serviços, viraram depósito de sucata. As paredes estão com infiltrações e o telhado apresenta goteiras.

"É triste ver um serviço tão essencial à sociedade ter sido tratado com tanto descaso pelo governo anterior. Os telefones não funcionam, não temos acesso ao sistema nacional para cadastrar o trabalhador e direcionar as vagas disponíveis. É preciso resgatar a credibilidade do Sine e atrair os empresários para que possam oferecer as vagas e o Sine fazer a intermediação", pontuou a secretária Marciane Santo.

No prédio do Sine (Superfácil Centro), o movimento despencou. São três meses sem atendimento. Um dos gargalos é a falta de atualização das senhas junto ao sistema do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Sem isto, por exemplo, não é possível realizar o cadastro de vagas.

Na Central do Trabalhador Autônomo (CTA), na avenida Claudomiro de Moraes, bairro Buritizal, logo de cara uma cena chama a atenção. O mato alto toma conta do entorno do prédio. Na área interna, a situação não é diferente. A maioria das salas apresenta infiltrações. O sistema de informática é antigo e em alguns ambientes sequer tem um equipamento. A internet não funciona há quatro meses, telefones mudos, falta material de expediente e até água para beber.

O público alvo do CTA é o mercado informal. São trabalhadores cadastrados e que desempenham funções de carpinteiro, pedreiro, babá, caseiro, garçom, eletricista, cuidador de idosos, entre outras profissões. A maioria é contratada para fazer diárias.

No CTA existem três veículos parados (uma pick-up, um caminhão baú e uma van) por falta de manutenção. O caminhão deveria estar sendo utilizado no apoio ao artesanato. "Estamos verificando que problemas eles apresentam e se é possível colocá-los em funcionamento. Não podemos deixar um patrimônio comprado com recursos do cidadão ser abandonado", avaliou a secretária.

No Sine Santana, que funciona dentro do prédio do Senai (Vila Amazonas), o problema é a distância que o trabalhador tem que enfrentar para ser atendido. O espaço é alugado e o pagamento está atrasado. No local estão suspensos os atendimentos de seguro desemprego e seguro defeso. Outro problema detectado é a falta de manutenção na rede de computadores, goteiras no telhado, falta de telefone e falta de água. Para não sofrer descontinuidade nos serviços, a Secretaria do Trabalho Empreendedorismo colocou um servidor efetivo para gerenciar os serviços.

Como solução, a secretária está buscando alternativas para instalar o Sine Santana em outro prédio. "Estamos verificando isso o mais rápido possível. Vamos conversar com a Prefeitura para utilizar a estrutura da antiga Câmara Municipal ou então em uma das salas do Centro Vitória Régia. Outra saída é verificar a possibilidade de instalar o Sine dentro do SIAC Superfácil, na área portuária de Santana", esclareceu.

Na Zona Norte de Macapá, a Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo mantém dois postos. Um é a Central do Trabalhador Autônomo (CTA), dentro do Projeto Minha Gente. O espaço tem uma boa estrutura, mas precisa de investimentos: novos computadores, internet e impressora. O atendimento está suspenso desde o início do ano.

O último posto do Sine visitado na capital foi do Superfácil Zona Norte. Sem atendimento há três meses, o espaço vive o mesmo drama dos demais. Os servidores não conseguem acessar o sistema do MTE para cadastrar os trabalhadores, em especial quem procura por seguro desemprego, emprego e seguro defeso. Falta ainda um técnico para fazer a manutenção das máquinas e outro para gerir o sistema. Outro problema é quanto ao material de expediente. O ar condicionado também não funciona.

A secretária vai agendar uma reunião com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) para discutir uma saída para o problema da falta de acesso do Sine ao sistema nacional.

A previsão é que nas próximas semanas, uma equipe da Sete percorra os demais postos do Sine localizados no interior do Estado. "Não podemos deixar as pessoa sem o atendimento. Não vamos medir esforços para corrigir estes problemas e transformar o Sine numa referência ao empregador e ao empregado", finalizou Marciane Santo.

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