Operação desarticula formação de facção criminosa no Amapá

A Polícia Civil do Amapá realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, 21, na qual divulgou o resultado prévio da operação deflagrada em Macapá para desarticular uma organização criminosa. Segundo as investigações os crimes eram comandados de dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

A operação foi coordenada pela Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) com base em um inquérito iniciado em 2014. As investigações apontaram indícios da formação de uma facção criminosa no Estado. Dos 48 mandados expedidos, 33 foram destinados a reeducandos do Iapen que, segundo investigações, estão ligados diretamente ao crime organizado, assaltos, tráfico de drogas e homicídios. Outros três mandados foram encaminhados para o município de Americana, no Pará.

O delegado Celso Pacheco, titular da DCCP, responsável pela operação, falou da importância da desarticulação do grupo no Estado do Amapá. "Foram meses de investigações até formamos uma teia de informações. Todos esses suspeitos estão ligados, inclusive com um estatuto com regras e funções estabelecidas dentro organização. Todos se comunicam uns com os outros dentro do Iapen", relatou Pacheco.

As investigações apontaram que a formação da quadrilha está ligada a um grupo que atua em todo o país comandando crimes de dentro dos presídios. "O que impressiona é a organização dessas pessoas. O crime tem que ser combatido e não poderíamos deixar isso acontecer no Amapá", relatou o secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Gastão Calandrini.

Uma das primeiras medidas para desarticular a faccção será a solicitação de transferência dos internos envolvidos para presídios fora do Estado. "Esse procedimento é para minimizar o contato desses detentos e isso pode ajudar a combater a instalação desses crimes no Amapá", informou Celso Pacheco.

Até que todo o material apreendido seja analisado, a Polícia ainda não tem um levantamento geral dos valores movimentados por essa quadrilha. Escutas telefônicas, gravações em áudio e vídeo e blocos com anotações serão minuciosamente estudados. Todas as provas estão sob sigilo na Justiça.

A operação contou com o apoio da Polícia Militar, Polícia Técnico Científica e Iapen. Foram mobilizados 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e 70 homens da Polícia Civil, entre eles delegados, agentes e escrivães.

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