Com novas adequações, GEA vai retomar o Visão Para Todos

O programa Visão Para Todos, idealizado para realizar mutirões de cirurgias oftalmológicas no Amapá, está paralisado desde setembro de 2014 devido à falta de pagamentos pela gestão passada. Agora, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) pretende reativar o programa, mas antes ele terá que passar por readequações para atender os pacientes com mais eficiência.

A meta é realizar três mil cirurgias de catarata por ano, através de uma parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), parceira que fornece os médicos para os mutirões.

Segundo a Sesa, uma das adequações que deverá ser feita é que incluir médicos locais. Antes o programa não incluía médicos amapaenses nos procedimentos, fazendo com que os pacientes assistidos dependessem das visitas dos médicos de Goiânia. Esse vínculo acabou gerando um problema para a saúde estadual, pois em casos de complicações ou efeitos colaterais pós-cirúrgicos o paciente precisava ser levado à Goiânia para ser atendido pelo médico que realizou a cirurgia no Amapá, durante os mutirões.

"Esse programa foi criado sem considerar os profissionais daqui. Por conta disso, sempre que um paciente tinha um problema ele precisava ser enviado para Goiânia através do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), pois somente o médico responsável pela cirurgia poderia consultá-lo. Ou seja, além dos cinco milhões por ano gastos com o Visão Para Todos, ele ainda onerava o Estado através do TFD, ocupando vagas de outros pacientes que realmente só poderiam ser tratados fora do estado. Isso é um transtorno para o próprio paciente", explicou o secretário adjunto de Atenção à Saúde, Joel Brito.

Além disso, o pagamento do programa não era efetuado desde setembro de 2014, mas mesmo assim a gestão passada seguiu marcando cirurgias inclusive para os primeiros meses de 2015. "Daí essa grande quantidade de pacientes à procura de procedimentos oftalmológicos. São os pacientes que estavam pendentes desde o ano passado, mais os que tiveram suas consultas agendadas para este ano, apesar de a UFG ter paralisado a vinda de médicos desde outubro de 2014 devido aos atrasos no pagamento da gestão passada", relatou Brito.

De acordo com ele, a principal mudança é justamente a inclusão dos profissionais do Amapá nas consultas e processos cirúrgicos, além da garantia da regularização do pagamento. "Que fique bem claro que nós não vamos acabar com o programa. Ele será readequado, para que o contrato possa ter continuidade, porque é vital a participação dos médicos daqui para assistir os pacientes durante o pós-operatório, até porque só vêm de Goiânia quatro médicos para fazer os mutirões, sendo que dois deles são residentes", salientou o secretário adjunto.

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