Futlama abre as comemorações esportivas pelo aniversário de Macapá

Sob o belo sol da manhã de domingo, 01, a Prefeitura de Macapá deu inicío às comemorações esportivas em alusão aos 257 anos da cidade.

A 1a Copa dos Campeões de Futlama começou em grande estilo, e o cenário não poderia ser outro: às margens do majestoso Rio Amazonas, na orla do bairro Santa Inês. A vista, de perder o fôlego, dividiu as atenções com a bola na disputa pelo título máximo na competição que reúne campeões de outras edições do esporte mais peculiar dos amapaenses.

Nove equipes disputaram a fase classificatória masculina para as semifinais, que serão realizadas na próxima quarta-feira, dia 4. O Estrela do Mar (campeão 2009) abriu a copa, vencendo por 3 x 0 o Beija-flor (campeão 2013). Em seguida, a bola rolou nas duas arenas montadas, entre Polvo (campeão 2014) 1 x 0 Marreca (campeão 2004); Carambola (campeão 2005) 4 x 1 Tubarão (campeão 2003); Acapú (campeão 2012), que perdeu por W.O. para o Tralhoto (campeão 2006, 2008 e 2011); e Camarão (campeão 2007) 0 x 3 Estrela do Mar.

Genuinamente amapaense, o futlama, ‘pelada’ disputada na vazante do Amazonas, tornou-se tradicional desde a década de 90, principalmente entre os moradores da orla de Macapá, como atividade de lazer. A partir da intervenção oficial, moradores de outros bairros da cidade tiveram acesso a essa modalidade, onde a lama substitui o gramado. Em 2002, foi realizado o primeiro campeonato da modalidade e, em 2007, criada a Federação Amapaense de Futlama – Fleapa, hoje sob a presidência do ex-jogador de futebol, Mário Frota.

As regras e critérios assemelham-se aos do futebol de campo, com algumas exceções. O time é formado por 8 jogadores e dois reservas, e o jogo é disputado em dois tempos de quinze minutos. Na arbitragem, pouca coisa muda. “A única regra que difere é o tiro de lateral, que pode ser feito com os pés e pode valer gol. O bom é poder apitar um jogo que em nenhum lugar do mundo é disputado dessa maneira”, diz Guilherme Santos, cobrador de ônibus de profissão e árbitro há dez anos, por amor ao futebol.

Felipe dos Santos, 26 anos, vendedor, joga pelo Tralhoto, tricampeão de futlama que está em busca do tetracampeonato e do titulo de campeão dos campeões. “Também jogo futebol de campo, mas o futlama é especial. Nem a areia, que faz doer os pés, e o sol que às vezes castiga, me tiram o prazer de estar aqui”.

Para José Nunes, 32, auxiliar de serviços gerais e atacante da equipe do Camarão, jogar futlama é apenas a forte influência do que viveu quando era criança. “Isso é natural pra mim, porque já tomei muito banho de rio aqui e brinquei toda a minha infância na margem do Amazonas”.

Na próxima quarta-feira, 04, no trapiche Eliezer Levy, será a vez das meninas mostrarem todo o seu talento com a bola nos pés. As equipes do Urubú, Carapanã, Gavião, Muçuã, Orquídea, Água-marinha, Moreia e Tralhoto iniciam as disputas no feminino. Paralelamente, acontece a semifinal pela categoria masculina, a partir das 9h da manhã.

A premiação para os campeões da Copa será de R$ 2.500,00 para o primeiro lugar, R$ 1.500,00 para o segundo e R$ 1.000,00 para o terceiro colocado, em ambas as categorias. A grande final será disputada no domingo, 08, também no trapiche, a partir das 11h da manhã, respeitando a tábua de maré.

A competição, sob a organização da Coordenadoria Municipal de Esporte e Lazer (Comel), está contribuindo para o resgate da modalidade e tem a finalidade também de servir como chamamento às demais equipes para o 7º Campeonato Municipal de Futlama, que será realizado a partir do mês de agosto deste ano e pretende reunir mais de uma centena de equipes em três meses de jogos.

Toda a integração do meio natural com a vida urbana fica evidente ao final dos jogos, quando os atletas correm para se refrescar no Rio Amazonas, aquele que é o maior do mundo em volume de água e testemunha viva de uma cidade que vem crescendo em mais de dois séculos e meio de existência, e que agora comemora mais um ano de vida, cheia de grandes desafios.

Ruth Helena Carrera/Asscom Comel

Fotos: Max Renê

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