Tombamento da Igreja de São José está perto de se tornar realidade e o patrimônio preservado

No mês em que se comemora o padroeiro do Amapá, São José, o estado ganha um presente histórico: o Projeto de Lei (PL) de tombamento da antiga catedral de São José, foi aprovado na Assembleia Legislativa do Amapá (Aleap), por iniciativa do presidente Moisés Souza, que atendeu à mobilização da população, com apoio da Confraria Tucuju, em nome dos amapaenses, e do bispo Dom Pedro Conti, que representa a comunidade católica. O deputado estadual Paulo Lemos, fez a interlocução junto à presidência da Casa, que aguarda o posicionamento do Governo do Estado para que a Lei seja promulgada.

A aprovação do PL do tombamento, marca o início oficial da campanha que movimenta não somente católicos, mas cristãos e sociedade em geral, por se tratar do monumento mais antigo de Macapá. A edificação, do século XVIII, foi iniciada em 1752, apenas seis anos antes da criação da Vila de São José de Macapá, e inaugurada em março de 1761. Ao redor do histórico prédio, Macapá se desenvolveu, em todos os aspectos, e se tornou a maior referência da época, com poucas modificações no decorrer destes anos.

Situada onde hoje é reconhecido como Centro Histórico de Macapá, em seu entorno estão outros prédios que remontam à colonização da cidade, como a Biblioteca Pública, os primeiros estabelecimentos comerciais, e casas dos primeiros moradores. Atrás da igreja, ainda hoje é preservado o Largo dos Inocentes, antes chamado de Passagem dos Inocentes. Na sua frente a antiga “carioca” e as primeiras rodadas de marabaixo eram realizadas, e os foliões podiam adentrar com os tradicionais costumes. Com a chegada de missionários de origem europeia, que não conheciam o marabaixo, ele foi proibido na igreja, fato que faz parte do passado.

Mesmo com a nova catedral de São José em funcionamento, a antiga igreja ainda hoje é frequentada por famílias tradicionais, e abriga relíquias sacras, como a imagem original do padroeiro São José; obras de arte de autoria do padre Lino, como “Os Desterrados” e “São José Carpinteiro”; e as lápides mortuárias de alguns pioneiros e seus familiares. Estas riquezas estão correndo risco, e há anos a estrutura física da igreja sinaliza por reforma urgente, e pode até desabar. Os danos são visíveis, como rachaduras, goteiras, ninhos de cupins, e outros prejuízos. A Defesa Civil, historiadores e restauradores condenaram a estrutura e alertam para o perigo.

A necessidade da reforma ou restauração virou pauta há tempos. Denúncias foram feitas, matérias produzidas, mas nenhuma atitude concreta foi tomada, até este ano, no dia do aniversário de Macapá, 4 de fevereiro, o padre Aldenor Bejamim e a presidente da Confraria Tucuju, Telma Duarte, aproveitaram para pedir ajuda para as autoridades presentes e chamaram todos para unir forças. Desde então, a comunidade se mobilizou, e procurou a Confraria para oferecer ideias e serviços. O deputado Paulo Lemos levou o apelo até o presidente da Aleap, Moisés Souza, que de imediato deu o passo que faltava para que a restauração vire realidade.

“A Confraria, o Bispo Dom Pedro, católicos e pioneiros, fomos recebidos na Assembleia e o PL do Tombamento foi aprovado, falta agora o parecer do governador Waldez Góes. A Câmara Municipal também se manifestou, e esperamos que, após o tombamento estadual, venha o municipal, até alcançarmos o federal, da alçada do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Sabemos que não será fácil, mas é o caminho mais seguro para a restauração e preservação do nosso patrimônio histórico”, disse a presidente Telma Duarte.

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