Bloco de Brasília critica Lei do Silêncio

Brasilienses lotam as ruas da cidade para curtir pré-carnaval Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Pelo menos três blocos ocupam as ruas de Brasília hoje (31), animando o pré-carnaval da capital do país que vem ganhando força nos últimos anos, com uma extensa programação para quem já entrou no clima de folia.

Inspirado na cultura carnavalesca da Paraíba e de Pernambuco, o Cafuçu do Cerrado se concentra a partir da 14h no Setor Bancário Norte, prometendo um repertório de marchinhas, frevo e muito brega.

No Eixo Monumental, próximo à Funarte, o Bloco Libre, formado pelo coletivo de artistas e músicos da Orquestra Fanfarraráônica de Música Libre, começa os trabalhos a partir das 14h. A agremiação seguirá em cortejo até a Torre de TV ao som do maracatu Tamnoá Tambores. Este ano, o bloco tem como país homenageado a Suíça.

Às 16h, o Falta Pouco leva seu repertório musical eclético à Praça dos Prazeres, na Super Quadra 201 Norte, tradicional ponto de concentração da folia em Brasília. Para marcar seus cinco anos de existência, o bloco compôs para este carnaval um frevo crítico à Lei do Silêncio, que tem causado polêmica entre moradores, artistas e produtores culturais da cidade. “A quadra anda tão vazia! Meu bloco ainda quer brincar. Falta Pouco mais de alegria, falta muito para nos calar. O silêncio traz melancolia. Eu prefiro ser um folião. Quem tem sono dorme na avenida. Eu te nino com meu violão”, diz um trecho da letra.

Embora a folia tenha sido liberada na região central de Brasília, a Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal afirmou, em janeiro, que os blocos que ocorrem nas quadras da cidade terão que terminar às 22h, em obediência à Lei do Silêncio.

A norma, vigente desde 2008, determina que o barulho em área residencial próxima a comércio não pode exceder os 55 decibéis durante o dia e 50 decibéis durante a noite. Os críticos afirmam que tais medições são impraticáveis, por serem baixas demais, e defendem a alteração da lei.

Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel

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