OMS divulga lista de bactérias que requerem novos antibióticos

Bactérias como a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) tornaram-se uma ameaça à saúde FABRIZIO BENSCH/REUTERS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira sua primeira lista de “patógenos prioritários” resistentes aos antibióticos, que inclui as 12 famílias de bactérias mais perigosas para a saúde.

Essa classificação, destinada a promover a pesquisa de novos antibióticos, evidencia, segundo informou a OMS em uma videoconferência, a ameaça que representam as bactérias gram-negativas resistentes a múltiplos antibióticos, com capacidade para resistir aos tratamentos.

Marie-Paule Kieny, subdiretora geral da OMS para sistemas de saúde de inovação, pediu aos governos que invistam em pesquisas para novos antibióticos.

Em comunicado, Marie-Paule indicou que a lista é “uma nova ferramenta para garantir que a pesquisa e desenvolvimento respondam a necessidades urgentes de saúde pública”.

“A resistência aos antibióticos está aumentando e estamos esgotando muito depressa as opções terapêuticas. Se deixarmos o problema exclusivamente à mercê das forças de mercado, os novos antibióticos, dos quais precisamos com urgência, não estarão prontos a tempo”, opinou a especialista.

A lista se divide em três categorias, de acordo com a prioridade: crítica, alta e média.

O grupo de prioridade crítica inclui as bactérias multirresistentes, que são especialmente perigosas em hospitais, residências de idosos e entre os pacientes que precisam ser atendidos com dispositivos como ventiladores e cateteres intravenosos.

Entre elas figuram as chamadas bactérias Acinetobacter, Pseudomonas e várias Enterobacteriaceae, como Klebsiella, E. coli, Serratia e Proteus, que podem provocar infecções graves e frequentemente letais.

Quanto às categorias de prioridade alta e média, a OMS indicou que outras bactérias mostram uma farmacorresistência em crescimento e provocam doenças comuns, como a gonorreia, e intoxicações alimentícias por salmonela.

Com essa classificação, a organização quer alertar os governos sobre a necessidade de estabelecer políticas que promovam a pesquisa científica básica.

Marie-Paule também especificou que o bacilo da tuberculose, cuja resistência ao tratamento tradicional foi aumentando nos últimos anos, não foi incluído na lista porque é objeto de outros programas específicos.

Outras bactérias, como os estreptococos dos grupos A e B e a Clamídia, têm baixos níveis de resistência aos tratamentos existentes e não representam atualmente uma ameaça significativa para a saúde pública, segundo a OMS.

 

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