Embrapa apresenta cultivo mecanizado da mandioca no Amapá

As vantagens do plantio e colheita mecanizados da mandioca foram apresentados pela Embrapa Amapá a um grupo de agricultores e estudantes, como parte do Dia de Campo “Cultura da Mandioca no Programa de Produção Integrada (PPI)”, realizado no assentamento Piquiazal, localizado no município de Mazagão (AP). A capacitação foi promovida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Amapá (Rurap) e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) em parceria com a Embrapa, Prefeitura de Mazagão, Escola Família Agroextrativista do Carvão e Universidade Federal do Amapá (Unifap). A mandioca está em primeiro lugar entre os produtos agrícolas produzidos no Amapá. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2014 apontam uma produção de 160 mil toneladas, colhidas em uma área de quase 15 mil hectares. O Dia de Campo contou com um público estimado em 120 participantes, e teve como objetivo atualizar agricultores e estudantes nas técnicas de mecanização do cultivo da mandioca. Envolveu a participação de acadêmicos dos cursos Licenciatura em Agronomia e Biologia da Unifap – campus Mazagão – e produtores familiares deste município e de comunidades vizinhas.

A área utilizada para o Dia de Campo conta com aproximadamente 50 hectares, está localizada no ramal “Santa Fé”, lote 27 do Sítio São José, e pertence ao agricultor José Rodrigues Mesquita, mais conhecido como “Camaleão”. Dividido em quatro estações, o Dia de Campo descreveu etapas como a escolha e seleção da maniva, manejo e conservação do solo, além de tipos de arranjos produtivos; e ainda a estação sobre mecanização e máquinas, conduzida pelo pesquisador da Embrapa Amapá, Luís Wagner Rodrigues Alves. Os participantes receberam da Embrapa publicações com os temas das estações do Dia de Campo. Também atuaram nos preparativos e realização do Dia de Campo, o chefe de Transferência de Tecnologias da Embrapa Amapá, Nagib Melém; os pesquisadores Adriano Marini (estação Maniva, Manejo e Conservação do Solo) e Daniela Gonzaga, e pessoal de apoio: técnico Aderaldo Gazel, assistentes de campo Adinomar Nunes, Enoque da Silva Lima, Adjalma dos Santos Souza, José Barbosa da Costa e Claudeci Trindade.

 

Plantadora e afofador aumentam a produtividade e reduzem esforço físico

A quarta estação do Dia de Campo foi dedicada a detalhar o funcionamento, vantagens e benefícios dos implementos agrícolas da Embrapa Amapá, utilizados para plantio e colheita mecanizados do cultivo da mandioca em pesquisas e transferência de tecnologias. Os pesquisadores e assistentes de campo apresentaram as características de uma grade aradora, plantadora/adubadeira, afofador e o trator de roda. Foi explicado que, antes da semeadura, o procedimento adequado é recolher uma amostra do solo para análise da fertilidade. Esta etapa é importante para o agricultor saber exatamente quanto de calcário, por exemplo, precisa acrescentar no solo a ser cultivado. Os participantes conheceram o equipamento chamado de grade, que estava acoplado a um trator de médio porte e com capacidade para incorporar fertilizantes no solo de um hectare (por exemplo) no tempo de duas horas, enquanto no manual o mesmo serviço tem duração de oito a 10 dias. Na sequencia, estava a plantadora de mandioca, que realiza operações complexas, como abrir a linha de cultivo, depositar o adubo, cortar a maniva e fechar a linha de cultivo. Para uma operação bem-sucedida, é preciso um tratorista e dois auxiliares capacitados. Estes precisam ter o cuidado de ir colocando as manivas dentro do recipiente. A maniva não pode ser torta, o ideal é que seja mais reta possível.

 

A plantadora e o afofador funcionam atrelados a um trator de médio porte e oferecem a vantagem de ampliar significativamente a produtividade quando comparado com o método manual. Os dois implementos agrícolas estão sendo testados em uma nova modalidade do Sistema Bragantino, uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa para produção agrícola de alimentos na Amazônia. O Bragantino é aplicado no Amapá desde 2007 e serve de referência tecnológica para o financiamento estadual dos agricultores familiares do estado, por meio do Programa de Produção Integrada (PPI). O agricultor tem autonomia para definir o tamanho da maniva que pretende semear, e a máquina se encarrega de fazer o corte perfeito. Um dos maiores benefícios é que, devido este implemento ser feito de duas linhas, o produtor pode plantar até 5 hectares em meio dia. Enquanto no trabalho manual, no bico da enxada, é preciso umas 10 pessoas para plantar em um dia. Com relação ao afofador, trata-se de um implemento que elimina totalmente o esforço de arrancar, com as próprias mãos, a mandioca do solo. O equipamento tem um formato parecido com asa delta, mas acoplado por baixo da terra, em esquema de subsolador. A haste alcança uma profundidade maior do que a raiz da mandioca, fazendo tremer o solo e expondo as raízes para a superfície do solo.

 

De acordo com o diretor-presidente do Rurap, José Darmasso Lima, a intenção foi apresentar as tecnologias disponibilizadas pela Embrapa e demonstrar do ponto de vista prático, de que maneira as mesmas podem vir a melhorar a produção dos agricultores. “Após o repasse do conhecimento, os agricultores ao colocarem em prática as técnicas absorvidas, culmina-se na diminuição do esforço físico, melhorando consequentemente, a qualidade de vida e de renda desses trabalhadores”, afirmou Lima. O secretário de Desenvolvimento Rural, Osvaldo Hélio, conversou com os cerca de 120 agricultores que produzem a mandioca para consumo e comercialização nas feiras e comércios locais. “Queremos mostrar para eles que tudo fica mais fácil com a utilização das técnicas e da mecanização. Fazemos reuniões e visitas nas localidades para darmos continuidade no tripé pesquisa, ensino e extensão”, disse o gestor.

Embrapa Amapá

Dulcivânia Freitas – Jornalista DRT/PB 1063-96.

Com informações do Portal do Governo do Amapá (www.amapa.gov.br)

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