Tambor da Liberdade será no dia da Abolição da Escravatura, no Quilombo do Curiaú

A quinta edição do Tambor da Liberdade será neste sábado, 13 de maio, quando se comemora a assinatura da lei Áurea, pela princesa Isabel, que aboliu a escravidão. O palco é a maloca da Tia Chiquinha, no Quilombo do Curiaú, onde, a partir das 10h, tem programação educativa e cultural, realizada pela tradicional família do Bolão, que forma o grupo Raízes do Bolão, responsável pela iniciativa. A maloca é aberta para quem quiser prestigiar e conhecer as tradições dessa família bicentenária, que ainda cultiva a cultura nativa dos antepassados.

 

A ideia tem dois objetivos, festejar a liberdade dos negros no Brasil, e homenagear a matriarca Benedita Carlota do Rosário, nascida no dia 13 de maio de 1888, já livre das correntes, que costumava se orgulhar que “nasceu liberta”. Dona Benedita foi uma das primeiras moradoras do Curiaú, e é a mãe de Tia Chiquinha, seu Arin, seu Raimundo e dona Joana, pioneiros de famílias que ainda moram no bairro Laguinho e Curiaú. Benedita Carlota faleceu em 1975, deixando uma longa história de luta e heroísmo, e uma linhagem de negros que ainda hoje moram ou se relacionam com o quilombo, e mantém as tradições da dança, música e arte.

 

Para Pedro Bolão, neto de dona Benedita, esta é uma data histórica para o Brasil, povos afrodescendentes, e para a família Bolão, chamada assim por causa do apelido de seu pai, marido de Tia Chiquinha, e precisa ser valorizada.    “Temos muito orgulho de nossa história e raízes, mantemos a tradição deixada. A maioria continua morando no quilombo, dançamos batuque e marabaixo, fabricamos instrumentos artesanalmente, fazemos a gengibirra, artesanato, tocamos e cantamos, e ainda preservamos e contamos nossa história com a habilidade para a literatura de minha irmã Esmeraldina, que escreve nossa cultura e tem livros publicados”.

 

A programação inicia às 10h, com o Ciclo de Conversa sobre a Valorização da Identidade Negra e Combate às Ações de Discriminação e Preconceito, para estudantes e população interessada, e ao meio-dia tem a pausa para almoço. Às 14h inicia a exposição cultural, com produtos fabricados artesanalmente pela família, de instrumentos musicais à móveis em forma de tambores, de objetos para casa, à livros com a história dos quilombolas. Logo após, às 19h, iniciam as apresentações culturais, com os grupos de batuque e marabaixo, e de artistas como Amadeu Cavalcante, Brenda Melo, Silmara Lobato e banda Negro de Nós, Mayara Braga, banda Afro Brasil e Paulinho Bastos.

Mariléia Maciel

Assessoria de Comunicação

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