Fefap é alvo de reclamação: grupos juninos estariam impedidos de participar do Arraiá do meio do Mundo

Lívia Almeida – ChicoTerra.com

Imagem enviada por entidades juninas.

Através de conversas “printadas” em um grupo da Federação das Entidades Folclóricas do Amapá (Fefap) no whatsapp, a presidente da entidade, Dayane Ranieri, teria informado que as quadrilhas juninas filiadas a Federação das Entidades Juninas e Folclóricas do Amapá (Fejufap) estariam proibidas de participarem da eliminatória do maior evento junino do Amapá, o Arraiá do Meio do Mundo, organizado pelo Governo do Estado.

Além disso, na conversa a presidente da Fefap teria comunicado que os grupos que dançarem no pré-festival da Fejufap, não receberiam o repasse do governo.

Nós do ChicoTerra.com entramos em contato com a presidente Dayane para averiguar a informação e ela respondeu que “toda e qualquer nota que colocamos é baseado no que os grupos decidem em assembleia e essa foi uma decisão dos grupos, não da FEFAP e nós representamos os grupos”, ressaltou.

Em nota, a Fejufap, respondeu: “Em nome da cultura popular que o segmento da cultura junina faz parte, viemos repudiar tal atitude, pois somos livres para participar de todo e qualquer evento junino no Amapá, no Brasil e no Mundo, e todo grupo junino, pessoa, entidade /e ou federação não pode e nem deve ir de encontro à nossa carta magna que é a constituição brasileira”.

Arraiá do meio do Mundo

Desde 2007 o evento é coordenado pela Fefap, de acordo com Dayane. A federação é responsável pelas eliminatórias que decidem quais grupos disputam todos os anos o título de melhor quadrilha junina do estado.

Sabe-se que as quadrilhas que participam do festival recebem um repasse feito pelo governo, através da Secretaria de Cultura do Estado (Secult) a fim de ajudar no custeio de indumentárias, transporte, profissionais, dentre outras demandas que o evento requer.

Apesar de baixo, o orçamento ajuda estes grupos a arcarem com parte dos gastos, que também são custeados através da realização de bingos, rifas e concursos feitos pelas próprias quadrilhas juninas.

Sobre a o repasse, a presidente da Fefap informou que se houver repasse, todos os grupos devem receber o apoio financeiro. Mas destacou que o repasse é um “recurso público e não pode ser dado a grupos e muito menos a entidade que não está dentro do novo marco Civil regulatório”.

O Marco Civil do qual Dayane fala diz respeito às novas normas que devem ser seguidas pelas federações e de acordo com a presidente, somente a Fefap estaria enquadrada nestas exigências. “Vamos encaminhar todos os documentos do Conselho amanhã e outra pelo novo marco Civil regulatório só a FEFAP que atende às exigências”.

Expulsão

Outra ação da qual a Fefap está sendo acusada é de que teria expulsado os grupos juninos filiados à Fejufap, que inclusive já está tomando providências, segundo o presidente. “Perdemos três grupos por conta dessa pressão. Nosso jurídico está aguardando a expulsão de nossos afiliados, pra poder entrar na justiça pra garantir a participação deles no festival da Fefap”.

Em contrapartida, Dayane respondeu que “nenhum grupo está fora da FEFAP”, além de completar que o sorteio dos polos já foi feito.

Repercussão

O caso tomou tamanha repercussão que até o vice-presidente da Confederação Nacional de Quadrilhas (Conac), Hamilton Teixeira, mais conhecido como “Tatu”, teria enviado um áudio direcionado à Fefap. No áudio, Hamilton critica a posição da Fefap em relação à filiação das quadrilhas juninas a outras entidades.

Dayane Ronieiri ressaltou ainda que a Fefap é filiada à Confederação Brasileira de Entidades Juninas (Confebraq) e que o aviso não atinge a federação.

Segue o áudio:

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