Janot diz que Cunha tentou intimidar Temer

Procurador-geral da República defende que o ex-deputado continue preso

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu, em parecer encaminhado nesta terça-feira (25) ao STF (Supremo Tribunal Federal), que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) permaneça preso e destacou que o ex-deputado tentou intimidar o presidente Michel Temer ao fazer “insinuações” sobre a conduta do chefe do Poder Executivo em fatos que não teriam relação com o processo a que o ex-parlamentar responde.

“O ora recorrente se valeu do processo penal para intimidar e exercer pressão sobre a figura do Presidente da República”, argumentou Janot.

“Insinuar a existência de relação entre Michel Temer e José Yunes [advogado e amigo do presidente], bem como sugerir que este último teria intermediado financiamento — oficial ou não declarado — de campanhas do atual chefe do Poder Executivo Federal ou de sua legenda eleitoral, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o que não tem instrumentalidade alguma à defesa de Eduardo Cunha no caso”, criticou Janot.

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Em outubro do ano passado, o juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, decretou a prisão preventiva do ex-deputado no curso de uma das fases da Operação Lava Jato. No final de março, Moro condenou o ex-deputado a 15 anos de prisão. No parecer, de 64 páginas, Janot lembra que o ex-parlamentar tem contra si três mandados de prisão expedidos.

Em novembro passado, o magistrado chegou a barrar 21 de 41 perguntas feitas por Cunha a Temer por considerá-las inapropriadas ou sem pertinência com o objeto do processo. Temer –atualmente alvo de denúncia criminal por corrupção passiva no STF movida por Janot– fora arrolado pelo ex-deputado como testemunha de defesa.

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