Emanoel Reis: Equívocos recorrentes

O mais triste de toda essa história escabrosa dos deputados estaduais amapaenses (e eu acompanho isso há quase 20 anos, sempre envolvidos em ações suspeitas, atos controversos, malversações, peculato, fraudes…), é que vem eleição, vai eleição, e o povo, principalmente o mais sofrido, maltratado, vilipendiado, que mora nas pontes e baixadas, continua caindo na lábia peçonhenta desses salafrários, e segue trocando/vendendo o VOTO, maior instrumento de mudança da sociedade, por insignificâncias materiais ou pelo dinheiro sujo da corrupção.

Anos atrás, quando assistia gente do povo se lamuriando na frente das câmeras de TV ou nos microfones das emissoras de rádio, ainda me indignava. Hoje, após testemunhar sucessivas eleições de verdadeiros escroques aos mais altos cargos eletivos do Estado e do Congresso Nacional, eleitos com o voto desse mesmo povo que antes choramingava na Imprensa, queixando-se do abandono social, da insegurança, da saúde precária, da educação de má qualidade, apenas silencio. Chegamos a um ano de eleições gerais de enorme importância para o futuro do Brasil, mas, se depender desses eleitores, penso que cometerão os mesmos erros das eleições passadas.

Votarão nos piores políticos do cenário local, e também do nacional. Mesmo os que já exerceram mandatos, estiveram envolvidos em escândalos, são suspeitos de enriquecimento ilícito, de participação em rumorosos esquemas de corrupção. Ainda assim, infelizmente, serão eleitos.

Não alimento nenhuma esperança de que o POVO seja capaz de promover as mudanças, por meio do VOTO, de que tanto necessita. Assim, continuará pranteando a suposta má sorte em frente às câmeras de TV e nos microfones das emissoras de rádio. E todos sofreremos as consequências desses equívocos recorrentes.

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