Estradas irregulares ameaçam biodiversidade nos igarapés da Amazônia

Pontes de terra sobre cursos d’água impedem a circulação dos peixes, provocando o desequilíbrio do ecossistema, revela estudo

A relação entre estradas e a degradação da Amazônia não é novidade para ninguém. Desde a construção da Transamazônica, na década de 1970, a destruição da floresta acompanha o caminho dos veículos. Um estudo já havia demonstrado que 95% da floresta derrubada está a 5,5 km das estradas ou a 1 km dos rios.

Mas há mais mistérios entre as rodovias e a Amazônia que julga nossa vã filosofia. Foi isso que descobriu a pesquisadora Cecília Gontijo, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Quando, em 2010, deixou Belo Horizonte (MG) para fazer sua pesquisa de doutorado que pesquisava a condição dos habitats dos peixes da maior floresta tropical do mundo, pensou que passaria a maior parte do tempo em barcos.

Somente quando chegou na região descobriu estar completamente enganada. A Amazônia brasileira não é somente florestas. Pelo contrário, entre árvores e a maior biodiversidade do planeta, o bioma com 5,5 milhões de km² é repleto de vilarejos, fazendas e até mineradoras, tudo conectado com muitas estradas. Para cada quilômetro de estradas oficiais, são três clandestinas. Em ambos os casos, quase sempre sem asfalto.

“Eu foquei nos peixes dos igarapés e buscava saber os impactos da pecuária, agricultura”, contou Cecília em entrevista para a GALILEU. “Mas nos deparamos com esse impacto das estradas, que a gente não tinha pensado no princípio. É uma coisa muito pouco estudada quando pensamos em cursos d’água.”

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