SwissLeaks pode ser apenas a ponta do iceberg

IMG_0574-300x185.jpgA quinta reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga contas de brasileiros em agências do HSBC na Suíça, votou requerimentos apresentados pelos senadores, e após votação, o colegiado ouviu o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel.

Durante a reunião, foram votados 12 requerimentos. Dentre eles, a CPI aprovou a realização de audiência pública com o presidente do Banco no Brasil, Guilherme Brandão. Também foram aprovadas convocações para dois ex-diretores do metrô de São Paulo, Paulo Celso Silva e Ademir Venâncio de Araújo, que aparecem em listas como detentores de contas na filial suíça.
Paulo Celso Silva ficou conhecido pelo escândalo dos metrôs, em São Paulo. Ele matinha contas na Suíça no período similar ao que estava ocorrendo o escândalo da Alstom, em São Paulo “Paulo teve o nome citado em reportagens anteriores. E o nome dele, segundo nos informa o blog do jornalista Fernando Rodrigues, do Portal UOL, consta na lista do HSBC da Suíça. Então, é importante que ele venha aqui esclarecer os fatos”, afirmou o vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal afirmou que “A Suíça é o mais antigo paraíso fiscal do mundo, transformaram isto num ativo”. Everardo sugeriu que o prazo de prescrição para a investigação de crimes tributários se dê a partir do momento em que a Receite tome conhecimento do fato “Caso contrário, existe o risco concreto de o Fisco ser utilizado por criminosos para lavarem dinheiro”, afirmou Everardo fazendo alusão ao mecanismo legal que prevê que a Receita tem cinco anos para iniciar procedimentos em relação a movimentações financeiras.
O ex-secretário afirmou ainda “não ter dúvidas” de que o mesmo procedimento adotado pelo HSBC em Genebra também seja utilizado por instituições bancárias em regiões próximas, como Luxemburgo, Mônaco e Liechtenstein. Randolfe comentou a afirmação de Everardo “As contas na Suíça, são apenas a ponta do iceberg. Pela experiência de Everardo, o que ocorreu na agência do HSBC na Suíça, em Genebra pode estar ocorrendo com contas de brasileiros espalhados pelo mundo em outros paraísos fiscais”.

Embaixada da França

No começo da reunião, o vice-presidente Randolfe, relatou a visita à embaixada da França, feita pelos parlamentares na quarta (8), solicitando a cooperação do governo francês nas investigações: “Fizemos este apelo ao embaixador, para que esta cooperação se dê o mais rapidamente possível”, afirmou Randolfe.

A França já protocolou acordos de compartilhamento de dados com 19 países, alguns dos quais conseguiram, inclusive, repatriar recursos desviados. O Brasil deve ser o 20º país a formalizar este procedimento, iniciativa já tomada por autoridades da Receita Federal e do Ministério Público.

Na próxima reunião da CPI, na quinta-feira (16), serão ouvidos o doleiro Henry Hoyer e Paulo Paulo Celso Silva “O senhor Henry Hoyer é o sucessor do senhor Alberto Youssef – um dos operadores da Lava-Jato. Esses depoimentos serão elementos fundamentais para a investigação dos dois escândalos” finalizou Randolfe.

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