Oficina de videoclipe ambiental aborda produtos da floresta amazônica

Músicas de artistas regionais fazem parte do conteúdo

Músicas de conhecidos artistas amazônicos, inspiradas na realidade ambiental da região, fazem parte do conteúdo de trabalho da Oficina Videoclipe Ambiental, a ser realizada nos dias 10 e 11 de agosto, das 14h às 18h, na Universidade do Estado do Amapá (Ueap), em Macapá (AP). A oficina integra a programação do 1º Encontro da Juventude da Floresta, Educação do Campo e Agroecologia, e tem como objetivos promover a discussão sobre o manejo sustentável dos recursos florestais e a ação-cidadã; incentivar a expressão oral quanto as mensagens de conscientização presentes no discurso literário de músicos amazônicos, que abordem questões ambientais; e capacitar os participantes para a produção coletiva de um videoclipe ambiental.

Dirigida a alunos das Escolas Famílias Agrícolas do Maracá e Carvão, localizadas no município de Mazagão (AP), acadêmicos de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e demais interessados, a oficina faz parte de uma metodologia de produção coletiva de videoclipe ambiental utilizando músicas de compositores da Amazônia, para fins de popularização da ciência florestal. Os participantes terão a oportunidade de refletir sobre a valorização dos produtos da sociobiodiversidade amazônica, conhecendo a contribuição da ciência para a qualidade desses produtos que chegam à mesa do cidadão.

A instrutora da oficina é a pesquisadora Vânia Beatriz Vasconcelos de Oliveira, da Embrapa Rondônia. Ela faz alusão à Semana de Ciência e Tecnologia, que este ano tem como tema central “Ciência Alimentando o Brasil”. “Nossa proposta é levar o participante a discutir e refletir sobre os produtos da floresta a partir do que a ciência faz e o que a sociedade pode fazer para valorizar produtos alimentares, como exemplo a castanha-do-brasil”, acrescentou Vânia Beatriz de Oliveira.

A programação da oficina consta de três atividades para cada tarde. No primeiro dia, quarta-feira, 10/8, a primeira atividade tem como título “É hora de refletir”, quando será feita uma análise dos versos das músicas “Canto dos Castanhais” (Val Milhomem e Joãozinho Gomes); Pérola Azulada (Zé Miguel e Joãozinho Gomes); e “Doce Esperança” (Sérgio Souto e Amaral Maia). Em seguida, a partir do tema “Hora de falar”, os participantes serão estimulados a fazer uma reflexão coletiva sobre a mensagem transmitida em cada música analisada. A atividade de encerramento do primeiro tem como tema “Hora de aprender fazendo”, com a prática da elaboração de uma narrativa audiovisual. No segundo dia, 11/8, a atividade “É hora de refletir” será reservada para os participantes analisarem as imagens (fotos e vídeos) selecionadas para inserção no videoclipe. Em seguida, no momento “Hora de falar”, novamente uma discussão coletiva baseada sobre a mensagem transmitida nas imagens; e a terceira atividade do dia de encerramento, intitulada “Hora de aprender fazendo”, será a prática da produção de uma narrativa audiovisual, retomando o que foi iniciado no primeiro dia e incluindo as discussões do segundo dia de oficina.

De acordo com Vânia Beatriz de Oliveira, a prática educomunicativa socioambiental de produção coletiva de videoclipes se sustenta em três pilares: a oficina como o lugar de interação social, através do uso da linguagem para construção de um novo discurso; a música amazônica como produtora de sentido; e a percepção ambiental dos participantes da oficina, correspondendo à forma de se relacionar com as questões ambientais. Nesse contexto, o uso de música amazônica é uma estratégia de comunicação que vem sendo aprimorada pela pesquisadora a partir de experiências em atividades de organização comunitária e gestão de recursos naturais. Em sua proposta original, a oficina de produção de videoclipes caracteriza-se como uma experiência didático-pedagógica, com o objetivo de produzir material didático para utilização por professores e educadores ambientais. Desde 2008, é reaplicado, em diversas situações e tipo de públicos, em eventos como capacitação de educadores ambientais, congressos científicos de Comunicação Social e de Educação Ambiental, Conferências da Infância e Juventude para o Meio Ambiente e Semana de Ciência e Tecnologias.

Vânia Beatriz Vasconcelos de Oliveira é graduada em Comunicação Social, nas habilitações de Publicidade e Propaganda e Jornalismo. Mestre em Extensão Rural e Especialista em Jornalismo Científico. Desde 1989 é pesquisadora da Embrapa Rondônia, lotada atualmente no setor de Transferência de Tecnologias.

Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96

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