Peça teatral infantil resgata mitos e lendas do norte do Brasil

Adaptação do conto “O aparecimento do peixe-boi” da jornalista Araciara Macedo, o espetáculo infantil “O encantamento do boi” estreia dia 18 de outubro, no Teatro das Bacabeiras.

Durante os dias 18 e 19 de outubro, o Amapá vai assistir um espetáculo teatral de extrema beleza. Serão dois dias de puro encantamento e magia dedicados as crianças amapaenses e que tem como principal objetivo o resgate e a divulgação dos mitos e lendas do norte do Brasil.

Dirigido por Sol Pelaes, atriz e diretora teatral, o espetáculo infantil “o encantamento do boi”, conta a história do aparecimento do peixe-boi e mistura vários personagens do imaginário popular, além de abordar temas atuais de forma leve e com uma linguagem de fácil assimilação.

“São cinco animais que estão preocupados com a destruição da floresta Amazônica e resolvem se juntar para deter a depredação ambiental. Enquanto tentam criar formas de proteger a natureza outros personagens entram em cena e vão interagindo, é um espetáculo que está sendo trabalhado com cuidado e carinho”, conta Sol Pelaes.

A peça é uma adaptação de um dos contos do livro infantil “Histórias de fazer sorrir” da jornalista Araciara Macedo, “eu e Araciara sempre acalentamos o sonho de trabalhar juntas, mas nunca tínhamos sentado para conversar a respeito, agora surgiu a oportunidade, ela me falou sobre o livro que nunca foi publicado e resolvemos adaptar um dos contos para teatro ai surgiu o encantamento do boi, uma peça infantil que vai agradar qualquer público”, explica a atriz.

Sol Pelaes ressalta que um dos maiores objetivos do espetáculo é resgatar personagens de mitos e lendas do Norte do Brasil que estão sendo esquecidos, “a Amazônia é de uma riqueza cultural espetacular, nosso imaginário popular criou personagens como o boto, o curupira e vários outros. Nós que fazemos arte temos obrigação de manter esses personagens vivos, não podemos deixar morrer e a melhor forma de resgatar nossa cultura é contando e recontando, transformando o público em agentes divulgadores”.

O espetáculo tem cunho sócio ambiental, didático e educativo. A proposta é apresentar a peça chamando a atenção para a preservação da fauna e da flora, o respeito as diferenças o respeito ao próximo, abordando também o bullying que hoje é comum não só nas escolas, como também nas comunidades e, até mesmo, nas famílias. “Estamos expondo os temas de forma a agradar, educar, conscientizar e promover um debate na comunidade”, diz Sol.

Esta é a primeira vez que uma adaptação desta obra, e da autora, é realizada em teatro. “Vamos apresentar uma obra completamente inédita, com conceitos que estão implícitos: união, determinação e coragem para vencer as dificuldades, as circunstâncias ruins da vida têm que nos tornar mais grandiosos, e não derrotados”, conta.

Para Sol Pelaes a abordagem de temas mais abstratos como esperança, respeito e amizade, assuntos apresentados na peça, podem ser entendidos e sentidos pelas crianças de maneira profunda, sim. “A criança já é alguém com pensamentos, opiniões, personalidade e visão de mundo”, conclui.

Conheça Sol Pelaes

Atriz, dançarina, diretora, Produtora cultural, iniciou no teatro aos 7 anos de idade. Participou do primeiro festival de teatro Amador do Estado. Ganhou o prêmio de melhor atriz com o espetáculo A Paixão de Ajuricaba nesse mesmo festival em 1991.

Dirigiu Repiquete pelo grupo Língua de Trapo, Participou da peça zapt zupt, traques e truques para manter o verde vivo. Atuante na política cultural do Estado há mais de trinta anos participou do vídeo direito de mulher, foi figurante no filme Quarup do Cineasta angolano Rui Guerra, produziu durante 10 anos o show mulheres da Amazônia no Teatro e Fortaleza de São José.

 

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