Seminário em Manaus discute os desafios do turismo na Amazônia

ICMBio promove seminário para discutir a abertura ordenada de UC’s e parques nacionais para visitantes

Silane Souza
Manaus (AM)

Os estados da Amazônia precisam não só avançar no turismo, mas levar com essa atividade vários benefícios para as comunidades que ficam nas unidades de conservação (UCs), que têm que manejar e conservar os recursos naturais. A avaliação é da diretora de Meio Ambiente da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), Anna Toness, uma das participantes do “4° Seminário de Turismo em Áreas Protegidas da Amazônia”, que começou nesta terça (18) e segue até sexta-feira (20), em Manaus.

Ela destacou que isso é extremamente importante, visto que não é todo turismo que faz isso. “Temos que pensar no triplo benefício: garantir valor econômico para as comunidades, conservar a floresta e educar e criar uma sensibilização do povo brasileiro e internacional sobre a importância das áreas protegidas que, no Brasil, são imensas. Precisamos pensar em diferentes formas para avançar nessa conservação, na promoção dessas áreas e acho que o turismo funciona para isso”, afirmou.

O coordenador do ‘4° Seminário de Turismo em Áreas Protegidas da Amazônia’, Thiago Beraldo, disse que as áreas mais bonitas e importantes para se visitar são os parques nacionais, as UCs, e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) quer abrir ordenadamente essas áreas para o turismo. “Estamos reunindo parceiros, órgãos estaduais, operadores de turismo, universidades e a comunidade para conversar e começar amadurecer a abertura dessas áreas para visitação”, revelou.

Como fazer para ter mais turismo de base comunitária no Amazonas, como oferecer mais trilhas aquáticas e pesca esportiva dentro de áreas protegidas federais localizadas no Estado, são os principais temas de discussão entre os palestrantes internacionais e nacionais que participam do evento. “Nosso objetivo é promover a conservação da natureza ao mesmo tempo em que geramos renda, emprego e desenvolvimento do setor de turismo no Amazonas”, relatou Beraldo.

Para o coordenador-geral de Uso Público do ICMBio, Pedro Menezes, o órgão está dando um grande salto ao convidar outros setores da academia, que não são aversos a visitação e concentram seus estudos e pesquisas nos impactos negativos, para ajudar a pensar como tratar a gestão da unidades de conservação. “É fundamental para que a gente possa garantir a conservação das espécies que vivem nessas áreas e também porque precisamos calcular quais são os impactos positivos da visitação”, enfatizou.

Palestrantes internacionais para debater alternativas
O ‘IV Seminário de Turismo em Áreas Protegidas da Amazônia’ é organizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em parceria com o Curso de Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O evento iniciou ontem e segue até amanhã no Centro de Artes (Caua) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), localizado no Centro.

O seminário conta com palestrantes como o professor emérito da Universidade de Montana/USA, Dr. Steve McCool, do co-diretor do Centro de Manejo de Áreas Protegidas da Universidade Estadual do Colorado/USA, James R. Barborak e do co-diretor do Centro de Manejo de Áreas Protegidas da Universidade Estadual do Colorado, Ryan Finchum, dentre outros palestrantes nacionais e internacionais com experiência nos temas.

Dentre os principais temas de discussão estão: a diversificação do uso público, trilhas aquáticas, pesca esportiva e turismo de base comunitária (TBC).

A Crítica

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