Lava-Jato agora avalia ação contra Lula por obstrução

São Paulo – O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro reforçou os indícios reunidos por investigadores da Operação Lava-Jato, em Curitiba, de atuação do petista em atos de obstrução à Justiça e embaraço à força-tarefa que apura o maior escândalo de corrupção do país. As suspeitas devem provocar a abertura de novo inquérito contra Lula, na capital do Paraná, e resultar em mais um processo criminal.

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A força-tarefa avalia existir elementos de que Lula, ao longo dos três anos de investigações ostensivas, buscou obstruir o trabalho da Justiça, com episódios que envolvem suposta destruição de provas e intimidação de autoridades. A defesa do ex-presidente afirma que a Lava-Jato abriu “uma nova linha de ataque” contra o petista.

O ex-presidente já é réu em cinco ações penais, duas delas abertas por Moro. Na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, o petista é réu, desde julho de 2016, acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o que também teria caracterizado o crime de obstrução à Justiça.

Em quase cinco horas de interrogatório, em Curitiba, na quarta-feira passada, dia 10, Lula confirmou ter se reunido com três alvos da Lava-Jato – um deles delator e outros dois em negociação de acordo -, em 2014, quando as investigações já haviam sido deflagradas. O petista, no entanto, negou irregularidades.

O ex-presidente narrou encontros com o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e com o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro. Os dois, também réus da Lava-Jato e já condenados, contaram que Lula teria pedido para que provas fossem destruídas.

Para três investigadores da força-tarefa ouvidos pelo jornal, sob a condição de não ter os nomes revelados, o ato de buscar informações sobre provas de crimes confirma a acusação de que Lula não era alheio ao esquema de corrupção na Petrobras. Procuradores e policiais federais dizem que esses indícios fornecem elementos para aprofundar apurações de novos crimes.

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