Como a Estação Espacial Internacional ajudará a proteger as tartarugas gigantes de Galápagos

Cientistas querem monitorar animais para descobrir como sobrevivem e ‘organizam’ migração para outras áreas.

Alejandro Martins

BBC BRASIL.com

Elas são conhecidas como tartarugas gigantes das ilhas de Galápagos, mas quando nascem medem cerca de seis centímetros.

Desde o momento em que saem dos ninhos, os bebês de tartaruga enfrentam sozinhos o mundo e suas dificuldades. Quando conseguem sobreviver, podem chegar a 150 anos de idade. No entanto, para eles, hoje um dos maiores desafios é o crescente impacto da atividade humana.

Há anos, uma equipe internacional de cientistas rastreia a migração de populações de tartarugas adultas. Porém, os bebês são muito pequenos para receber os atuais equipamentos de GPS.

Mas agora, novos dispositivos em miniatura podem ser colocados nos recém-nascidos. Os sinais serão captados por receptores na Estação Espacial Internacional.

“Ao colocar esses transmissores em um grande número de tartarugas bebês podemos segui-las ao longo de sua vida”, explicou à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC) Stephen Blake, coordenador do Programa de Ecologia do Movimento das Tartarugas Gigantes de Galápagos.

“Poderemos compreender em que medida elas conseguem sobreviver, e, se não conseguem, qual foi o problema. Entender isso é crucial para a conservação da espécie no futuro”, diz.

Chips em miniatura
As tartarugas de Galápagos são apenas um exemplo das muitas espécies que serão monitoradas pela Estação Espacial graças ao projeto de Cooperação Internacional para a Pesquisa Animal desde o Espaço (Icarus, na sigla em inglês). A iniciativa, impulsionada pelo Instituto Max Planck para Ornitologia da Alemanha, espera estudar as migrações de dezena de espécies – de aves a elefantes.

Em dois meses, um foguete russo deve levar a equipe e os equipamentos ao espaço. Os chips do GPS serão especialmente adaptados para as tartarugas bebês, que pesam de 60 a 70 gramas ao nascer.

“A Estação Espacial é ideal para esse projeto, porque nela podem ser colocados equipamentos de hardware muito pesados e potentes, com antenas muito sensíveis que captam sinais muito frágeis”, explica Blake, pesquisador do Instituto Max Planck e também professor da Universidade St. Louis, em Missouri (EUA).

“Por outro lado, a Estação tem uma órbita muito baixa em comparação com a maioria dos satélites e cobre praticamente toda a superfície da Terra duas vezes por dia”, diz.

Os protótipos dos dispositivos para as tartarugas bebês pesam cerca de cinco gramas.

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