Cortes na preservação ambiental são novo predador da Amazônia
Seis dias antes do previsto, Benedito de Souza removeu a areia em busca do ninho de tartarugas-da-amazônia que escondeu dos predadores semanas atrás. Estava tão escondido, que demorou a encontrá-lo, e, quando conseguiu, surpreendeu-se com as dezenas de filhotes em debandada.
Durante a seca, o sinuoso rio Purus, ao sul da Amazônia brasileira, recua, deixando em descoberto vastas praias onde milhares de tartarugas desovam a cada ano. Das embarcações são visíveis as pegadas, um rastro que os caçadores aproveitam, o que deixa Benedito obcecado.
“São como meus filhos”, diz, à beira das lágrimas, improvisando um saco com sua camiseta para recolher rapidamente os velozes répteis, os primeiros a nascer na temporada.
Este líder comunitário fez seu primeiro curso ambiental em 2007 e, com outros vizinhos, cuida das margens na reserva protegida Médio Purus durante a desova, entre junho e novembro.
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