Como o design urbano pode ajudar na prevenção do crime

Camilo Rocha

Criado na década de 1970, o conceito de reduzir a criminalidade por meio do desenho urbano e da arquitetura é adotado por forças policiais e comunidades em vários países

Diante da criminalidade, a resposta do poder público costuma aparecer por meio da força e da repressão. No Rio de Janeiro, isso não raro se traduz em violentas incursões em comunidades com elevado saldo de mortos e feridos.

Quatro comunidades da cidade estão demonstrando que há uma outra via possível, conforme destacado em uma série de quatro matérias do site Rio on Watch, veículo de informações sobre essas localidades. Essa via inclui ações bem mais prosaicas, que incluem desde a limpeza de praças, o reparo da iluminação pública, até ao fortalecimento dos laços entre vizinhos e da participação coletiva.

Acima de tudo, são atitudes de prevenção, ou seja, não vêm como resposta a crimes, mas procuram se antecipar a eles. “O governo gasta dinheiro para combater o crime e usa ações paliativas para combater traficantes, mas prevenir o crime não é parte importante do trabalho deles”, disse Carlos Alberto Costa, o “Bezerra”, ao RioWatch. Bezerra é ex-líder da associação de moradores da favela Asa Branca, em Cariacica, Zona Oeste da cidade, mas que segue atuando em prol dos interesses comuns da área.

Na comunidade de Asa Branca, os moradores instalaram iluminação em áreas comuns e desobstruíram a visão das ruas. Ruas mais estreitas são retilíneas, permitindo enxergar a via inteira pela janela. Também não existem paredes grandes sem janela. Plantas ficam em vasos, e nenhuma é grande o bastante para tampar a visão.

Já na favela Babilônia, no Leme, Zona Sul, a ação consiste em limpar e iluminar praças para servirem de pontos de encontro da comunidade. “A criação de um espaço compartilhado e público está ligada à segurança pública, como no resto da cidade. As luzes prevenirão a violência. Tudo isto é óbvio”, explicou André Constantine, da associação de moradores da comunidade.

Iniciativas como essas se encaixam em um conceito de urbanismo que ganhou força nas últimas décadas chamado de CPTED, ou Crime Prevention Through Environmental Design (Prevenção de crimes através do design ambiental).

Veja íntegra no site Nexo

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