Encravada no meio da floresta amazônica, Manaus é a 2ª pior do País em arborização

Penúltima em ranking, a capital amazonense é a segunda cidade brasileira com menos árvores em meio urbano entre as pesquisadas

Alik Menezes

A capital amazonense é o segundo centro urbano do País que mais crescerá até o ano de 2020, segundo um relatório da fundação britânica City Mayors, uma instituição especializada em estudo urbano. O crescimento, no entanto, preocupa especialistas em arborização, já que tal crescimento desordenado pode prejudicar ainda mais a cidade que ocupa o antepenúltimo lugar no ranking das cidades menos arborizadas.

Manaus, na 69ª posição mundial, no Brasil perde apenas para Brasília. Conforme o estudo, a capital amazonense cresce uma média de 2,83% por ano contra 2,99% de Brasília. O estudo inclui 300 cidades no mundo. O crescimento da capital preocupa o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-AM), Jean Faria, com relação a arborização na cidade. Segundo ele, as ações são insuficientes e o Município deveria investir mais em espécies nativas.

“Nossa cidade é uma vergonha. Hoje ela está em antepenúltimo lugar de arborização, segundo o Instituto Soka (Centro de Projetos e Estudos Ambientais do Amazonas – Cepeam). A gente perde para são Paulo, perde pra Brasília, imagina? A gente é uma cidade dentro da floresta. Nossa cidade é muito pobre de arborização. Mas estamos buscando parcerias com a Cepeam porque eles trabalham com recuperação de área degradada”, disse.

Além da falta de ações efetivas, falta também a conscientização da população e em relação à importância da arborização. Segundo Faria, é importante levar essa informação às pessoas e aos órgãos públicos para garantir um melhor clima a cidade e que ela saia da lista das menos arborizadas. “Vamos levar consciência para as pessoas que trabalham na urbanização da cidade, seja a prefeitura ou os arquitetos e urbanistas, para que a gente comece a utilizar nossa região da forma ideal”.

A ideia de Faria é ocupar áreas como o canteiro central da avenida Governador José Lindoso, a avenida das Torres. Apesar de árvores terem sido plantadas, a quantidade é insuficiente. “Estamos buscando essa parceria. Nossa ideia é plantar mais mudas, mais espécies nativas. Está sendo realizado um estudo que vai dizer quais as espécies que haviam ali, nós vamos plantar espécies que já faziam parte daquela área. Vamos ter arvores frutíferas que vão atrair até os animais, as pessoas vão poder caminhar por lá. Precisamos trabalhar em ações que melhorem a vida e o clima nessas áreas”, disse.

Conforme Faria, um estudo do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aponta que apenas 22% da área urbana de Manaus é arborizada, percentual considerado mínimo por especialistas.

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