Mais de mil trabalhadores em condição análoga à escravidão foram resgatados em 2018

No ano passado, 1.113 trabalhadores em condição análoga a de escravo foram resgatados. Quarenta e cinco por cento deles, conforme perfil elaborado pela fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, nunca possuíram emprego formal.


O número considera pessoas maiores de 18 anos. Além disso, 57% tiveram apenas uma admissão no mercado de trabalho formal e 72% obtiveram, no máximo, três admissões registradas no histórico laboral.


O levantamento tem como base dados do seguro desemprego do trabalhador resgatado e do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.


Para a Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho, os resultados indicam que a submissão de trabalhadores à condição análoga a de escravo possui forte relação com a informalidade e com o desemprego.


O chefe do setor, Maurício Krepsky Fagundes, avalia que entre os trabalhadores resgatados, que já foram admitidos em pelo menos um emprego formal, 64% deles foram demitidos.


Esses dados, que constam das últimas movimentações do Caged, mostram, na opinião de Mauricio Fagundes, que boa parte da mão de obra que entra no sistema de exploração abaixo de patamares mínimos de dignidade, é originária do desemprego involuntário.


Além disso, segundo ele, em 92% dos casos flagrados em 2018 havia também informalidade com negação dos direitos trabalhistas básicos.


O perfil também mostra que 87% dos resgatados são do sexo masculino, 70% solteiros e 11% analfabetos. Mais da metade, 56%, nasceram nos estados da Região Nordeste.

EBC

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