Brasil espera recuperar espaço no mercado chinês após vitória na ‘guerra do açúcar’

O Ministério da Agricultura informou que Brasil e China chegaram a um acordo sobre a exportação de açúcar brasileiro para o país asiático, que vinha em queda nos últimos anos devido a sobretaxas impostas por Pequim. Com isso, foi descartado o painel solicitado na Organização Mundial do Comércio (OMC) por Brasília para analisar o tema.

Atualmente, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a China estabelece uma cota de importação anual de 1,95 milhão de toneladas de açúcar com a tarifa de 15%. Volumes extra-cota, até 2017, tinham 50% de tributo. Mas, devido a uma salvaguarda adotada por Pequim, volumes extra-cota passaram a ser alvos de taxas bem maiores, de 95%, com uma progressão decrescente ano a ano até o final do prazo, em 2020.

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Além dessa sobretaxação, o país também dava uma preferência de importação a fornecedores com menor participação no volume, o que exclui, automaticamente, o Brasil. Por conta desse cenário, a exportação de açúcar brasileiro para o país, que ultrapassava 2,5 milhões de toneladas por ano-safra, começou a cair significativamente, chegando a 115.000 toneladas em 2017/2018 e a 890.000 toneladas em 2018/2019.

A fim de reverter esse quadro, o governo brasileiro fez um pedido de consulta junto à OMC, iniciando negociações. Na última terça-feira, 21, o Ministério da Agricultura anunciou que as duas partes chegaram a um entendimento sobre o assunto, que consiste em um compromisso assumido por Pequim de não renovar a política de salvaguarda adotada para a entrada de açúcar estrangeiro na China, a partir de maio do ano que vem.

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