No Brasil, OIM garante acesso de venezuelanos a serviços de saúde

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) — por meio do programa de interiorização do governo federal brasileiro — promoveu em junho duas realocações de famílias venezuelanas que vieram para o Brasil e precisavam de assistência médica especializada. Os refugiados e migrantes viviam em Roraima, mas necessitavam de serviços que não estavam disponíveis no estado do Norte do país. Entre os transferidos, estava Yosmary, que precisava de tratamento para um tumor no cérebro.

Em 3 de junho, Yosmary, de 32 anos, viajou com a sua família para Tubarão, em Santa Catarina. Com o marido e seus três filhos, ela morava num dos abrigos para venezuelanos na capital roraimense, Boa Vista.

“Desde a descoberta da doença dela, tivemos momentos desafiadores. Minhas crianças e eu ainda vivíamos no abrigo, e minha esposa estava hospitalizada sem (receber) tratamento”, lembra Ali, o marido de Yosmary.

O tumor exigia a prestação imediata de assistência médica. Devido à dificuldade em ter acesso ao tratamento em Roraima, as Forças Armadas brasileiras e organizações da sociedade civil procuraram um hospital em Tubarão, onde a venezuelana poderia receber os cuidados necessários.

A OIM ofereceu as passagens de avião para que a família pudesse viajar para a cidade catarinense. Um profissional da agência da ONU acompanhou os venezuelanos de Boa Vista até o abrigo onde eles foram recebidos em Tubarão. Uma ONG também estava esperando por Yosmary e seus parentes durante a chegada à Santa Catarina. A instituição vai oferecer acomodações para a família.

Também neste mês, María Luisa, de 56 anos, conseguiu ser transferida de Roraima para Goiânia, onde pôde receber a assistência médica adequada ao acompanhamento clínico da sua deficiência. Ela chegou ao Brasil em abril de 2019, com a irmã e o sobrinho. Originária de Cunamá, no estado venezuelano de Sucre, a família deixou tudo para trás em busca de melhores serviços de saúde. Mas em Roraima, o acesso ao atendimento era difícil.

“Viemos para o Brasil com a intenção de viajar para Goiânia, pois temos família lá”, conta a irmã de María Luisa, Rosalinda.

“Acreditávamos que ela poderia continuar o tratamento, mas não tínhamos dinheiro suficiente para continuar a viagem. Agora, graças à interiorização e ao tratamento médico, tenho certeza de que Maria estará em melhores condições”, acrescenta Rosalinda, que é também guardiã legal de María Luisa.

O apoio oferecido pela OIM nos dois casos foi possível por meio do programa de interiorização, a estratégia do governo federal para transferir venezuelanos de Roraima para outros estados brasileiros. Até o final de maio de 2019, mais de 8 mil pessoas haviam sido interiorizadas e recebidas em outros 17 estados. O projeto começou a ser implementado em abril do ano passado.

O programa de interiorização tem o apoio da OIM, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da ONU Mulheres, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e de organizações da sociedade civil. As atividades da OIM contam com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos EUA.

Em Tubarão, Yosmary está recebendo a atenção médica apropriada enquanto aguarda a cirurgia. O marido da venezuelana espera conseguir um emprego logo, para se estabelecer e começar uma nova vida na cidade catarinense.

“No processo de interiorização, as pessoas com deficiências ou doenças sérias têm prioridade na lista de espera. A lista de prioridades também inclui outras situações, como pessoas vivendo em situação de rua e pessoas que precisam viajar para dar apoio a um membro da família com deficiência ou com doença terminal na cidade de destino”, explica a coordenadora de projetos da OIM no Brasil, Yssyssay Rodrigues.

Para mais informações, entre em contato com Vitoria Souza, do escritório da OIM em Brasília: + 55 61 3771 3772/vsouza@iom.int

ONU Brasil

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