Casal de antas nascido em zoológico é reintroduzido na natureza no Rio

Bruno Bocchini – Repórter da Agência Brasil São Paulo

Um casal de antas, conhecidas cientificamente como Tapirus terrestris, nascido no zoológico de Sorocaba (SP), será reintroduzido na natureza, na Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), no estado do Rio de Janeiro, uma reserva ambiental da Mata Atlântica.

Os dois animais, de nomes Marcelino e Bianta, têm cerca de três anos e viviam até esta semana – quando começaram a ser transportados para a reserva – no recinto de antas dentro do zoológico junto com outros exemplares da espécie. Antes de serem transportadas, as antas foram submetidas a diversos exames para verificar se estavam aptas à reintrodução na mata nativa.

O processo é denominado refaunação, uma ação de conservação cujo objetivo é restaurar e proteger os processos naturais de ecossistemas prejudicados pela extinção local de espécies, por meio da reintrodução desses animais extintos nesses ambientes.

Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro, a anta é considerada extinta no estado. O último registro confiável de uma população de antas foi no Parque Nacional Serra dos Órgãos, em 1914.

O animal é encontrado na América do Sul e está na lista de espécies vulneráveis à extinção, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza, e consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio).

“O Zoo está cumprindo com a sua missão, contribuindo com o revigoramento do material genético das espécies e no processo de reintrodução das antas”, disse a bióloga do Zoológico de Sorocaba, Cecília Pessutti.

“A equipe do Zoológico de Sorocaba trabalhou com afinco neste projeto para que todo o processo ocorresse naturalmente, preservando a saúde dos animais. Foram cerca de 18 profissionais, entre tratadores, biólogos e veterinários que participaram do procedimento, desde a separação da alimentação até a indução dos animais nas caixas”, acrescentou.

De acordo com o Inea, a anta tem papel fundamental na natureza. São os maiores mamíferos terrestres do Brasil e têm grande importância na dispersão de sementes. Além disso, por ser um herbívoro generalista, acaba exercendo a função de evitar a predominância de um determinado tipo de vegetação ao podar as mudas das espécies mais abundantes.

Agência Brasil

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