Além da demora nas cirurgias, faltam até ataduras no Hospital de Emergências

Pacientes internados no Hospital de Emergências continuam denunciando a demora nas cirurgias ortopédicas, quadro agravado pela falta de medicamentos e insumos. Nesta quinta-feira, 15, pacientes faziam coleta para comprar ataduras e esparadrapo. O único medicamento disponível é a dipirona. Os médicos entregam as receitas de antibióticos para que os pacientes comprem por conta própria.

De acordo com documento da Secretaria de Estado da Saúde a que os pacientes tiveram acesso, as cirurgias foram interrompidas no final de junho no Hospital de Especialidades. O motivo seria a falta de insumos e de pagamento dos médicos cirurgiões.

Na semana passada, por determinação da justiça, após uma inspeção da Promotoria de Saúde, as cirurgias foram retomadas mas ainda ocorrem em ritmo lento. Pacientes chegam a esperar dois meses para serem operados. É o caso do mestre de obras Manoel Ribeiro Filho, de 45 anos. Ele sofreu um acidente de moto há um mês e teve múltiplas fraturas no fêmur.

Ele chegou a entrar na justiça para garantir a cirurgia pois corre o risco de ficar paralítico em função da demora, mas o pedido foi negado em razão da ausência de um laudo médico. “O desembargador foi induzido ao erro. O NAT JUS emitiu um parecer onde aponta a ausência do laudo no meu processo. Ocorre que o médico se negou a me dar o laudo quando eu disse que era pra entrar na justiça. Pedi que a justiça forçasse a Sesa a emitir o laudo e também negaram. A quem recorrer”, lamenta.

Os pacientes vão organizar outro protesto na próxima semana. Além de pedir a realização de um mutirão médico para agilizar as cirurgias, vão pedir providências quanto a falta de medicamentos e insumos hospitalares.

Renivaldo Costa

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