Líder de organização criminosa especializada em fraudes previdenciárias volta a ser preso no Amapá

O advogado Edir Benedito é acusado de tentar obstruir os trabalhos dos órgãos de investigação

Em nova fase da Operação Ex-Tunc, denominada Coactio, a Polícia Federal prendeu Edir Benedito Cardoso Junior, líder de organização criminosa (Orcrim) acusada de fraudes previdenciárias nos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte. O advogado, afastado do exercício da função, foi preso, dessa vez, por embaraço às investigações. As medidas judiciais de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridas nesta segunda-feira (2). O Ministério Público Federal (MPF) manifestou-se favorável aos pedidos formulados pela Polícia Federal.

Na manifestação à Justiça, o MPF relata que o réu continuou a comandar a organização criminosa de dentro do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). Em maio, quando estava preso, Edir Benedito foi alvo de medida de busca e apreensão. A PF localizou dois aparelhos de celular na área frequentada por ele dentro do Iapen. Da análise das conversas, foi constatado que ele orientava outro envolvido a mudar a versão dos fatos na tentativa de obstruir os trabalhos dos órgãos de investigação. Pelo crime – que pode resultar em pena de reclusão de 3 a 8 anos e multa – ele foi denunciado pelo MPF em outubro deste ano.

Na decisão que determinou o cumprimento das medidas, a Justiça Federal enfatizou que “os fatos que motivam o novo pedido de prisão preventiva de Edir Benedito não se confundem com aqueles que culminaram na decretação de sua prisão durante a segunda fase da Operação Ex Tunc e que foram objeto de concessão de ordem de habeas corpus pelo Tribunal Regional Federal”. O juízo federal complementou que “os documentos apresentados e fatos narrados são suficientes não só para indicar o cometimento de novo crime com a segurança necessária para concluir pela decretação de nova prisão preventiva, como também para autorizar nova medida de busca e apreensão”.

Esquema – O esquema investigado pelo MPF, PF e INSS consistia em arregimentar apenados recolhidos no Iapen com a promessa de recebimento do benefício do auxílio-reclusão. A Orcrim também recrutava mulheres que se passavam por esposas e mães de filhos fictícios dos detentos. A atuação conjunta dos órgãos evitou danos na ordem de R$ 38 milhões ao erário, em razão da interrupção dos pagamentos indevidos. As investigações prosseguem para identificar todos os envolvidos nas fraudes previdenciárias, inclusive servidores públicos.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Amapá

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