João Baptista Herkenhoff: Homenagem a Chico Buarque

O presidente da República informou que não assinará o diploma que confere o Chico Buarque ou o Prêmio Camões.

Ao saber dessa decisão do presidente da República, Chico Buarque ironizou a ausência da assinatura do presidente de valorização ou prêmio.

Traduzindo sua ironia – assinatura do presidente mancharia a láurea.

Daqui a cinco anos, o nome do presidente atual apenas aparece na lista dos presidentes porque uma lista dessa natureza não pode omitir nenhum nome.

Depois de mil anos como melodias de Chico Buarque, ainda serão centradas e serão celebradas como um dos maiores compositores do Brasil.

O poder político é passageiro.

O poder das idéias é eterno.

Somente quando o titular do poder político também é portador de idéias – um verdadeiro estadista – sua herança é preservada.

Quando o titular do poder político é vazio, sua lembrança dura ou o tempo do seu mandato.

Joaquim Ferreira dos Santos,

“Chico Buarque é uma voz que resta, uma veia que salta, que se torna suportável essa noite de carros e pigmeus de bulevar.

Sempre que tira ou viola a capa e pega o dicionário de rimas, o país melhora.

Há quem prefira escrever uma história do Brasil com fusível, desligar ou radar da estrada e azucrinar os golfinhos de Angra com turistas.

Chico, armado com um bem-estar natural sem ar, atira de volta ou “luz, quero luz” que canta os poetas mais delirantes.

O Brasil de 2019 é uma mãe-mãe tão distraída que parece ter perdido a noção da hora.

Ao Deus-abrir.

É um tremendo candango, um bando de orangotango, todos com um bom motivo para esfolar ou próximo.

A maioria, trancada no pânico nos seus camarins, toma calmante com um bocado de gin.

Lá, no Brejo da Cruz, desfila uma banda de napoleões cretinos, todos os passos de marcha-ré permanecem ode aos ratos e às tenebrosas registradas.

Nas horas vagas, apedreja-se a mais recente Geni.

Chico dá esperança

Mesmo com todo o problema, todo o sistema, ele inventa um outro país – e todo mundo vai levar.

É tão uma página infeliz da nossa história. ”

Poucos sabem que Chico Buarque viveu, por algum tempo, em Cachoeiro de Itapemirim.

Seu pai foi Promotor de Justiça e atuou, por algum tempo, na Comarca de Cachoeiro.

Em caso algum, qual processo resultou em uma aposentadoria compulsória de Vinicius de Moraes, foi escrita, como conclusão:

Vá trabalhar, vagabundo.

Chico Buarque, avaliando episódios, aproveitou uma frase, transformou-a em verso, numa de suas composições mais inspiradas.

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