Comerciantes do Amapá discordam do bloqueio decretado pelo governo

NOTA PÚBLICA DOS EMPRESÁRIOS E TRABALHADORES DO COMÉRCIO

Os empresários, trabalhadores do comércio, camelôs e ambulantes do Estado do Amapá vem a público manifestar sua total descrença nas medidas tomadas pelo Poder Público estadual e municipal relacionadas ao fechamento de vias, proibição de circulação de pessoas e rodízio de veículos.

Tais medidas são infrutíferas pois como é de conhecimento público o Amapá foi um dos primeiros estados a decretar estado de calamidade, ainda em março, com fechamento de empresas e suspensão de serviços. O comércio, por exemplo, está com as portas fechadas desde 20 de março, o que não adiantou em nada, como se observa. Ao contrário, só trouxe prejuízos a empresas e trabalhadores, que movimentam juntos mais da metade do PIB estadual. Estado que impuseram essas restrições somente agora ou que nem chegaram a esse ponto, registram um número menor de mortes.

O Amapá foi, ainda, um dos Estados que mais recebeu recursos para aparelhamento da rede hospitalar e criação de novas unidades de atendimento. Mesmo assim, ficou inerte quando houve a crescente no número de casos e de óbitos, sendo a derradeira medida o “lockdown”, que deveria ter sido tomada ainda em março, evitando transtornos e garantindo após 30 dias o retorno gradativo das atividades, como ocorreu em outras cidades.

Ao ser tomada somente agora, a medida de isolamento total (lockdown) torna-se ineficiente, visto que o Coronavírus já está em estágio de proliferação irreversível. Basta analisar que se usarmos a mesma lógica usada no Amazonas para mensurar a proliferação, de cada um caso registrado teremos outras nove subnotificações. Ou seja, teríamos então pelo menos mais de 40 mil pessoas infectadas, o que representa 5% da população do Estado.

Também repudiamos a ausência no grupo de trabalho que embasa as decisões governamentais de representantes do setor econômico. Não adianta tomar decisões de saúde pública que impactam na vida das pessoas sem lançar um olhar sócio-econômico. Afinal, o vírus vai passar, mas os prejuízos econômicos, como fechamento de empresas e desemprego já estão sendo sentidos desde agora.

Reafirmamos que entendemos e respeitamos as medidas sanitárias e de contenção epidemiológica, mas temos condições de garantir o funcionamento sem desrespeitar tais medidas, nos moldes do que tem sido flexibilizado em outras cidades que já estão saindo do isolamento social de forma gradativa.

Por fim, solicitamos urgentemente uma posição do Governo do Estado e da Prefeitura de Macapá sobre a reabertura gradativa do comércio, sob pena do colapso do setor econômico, com fechamento de empresas e milhares de pessoas desempregadas.

Macapá – AP, 20 de maio de 2020.

CAMELÔS

COMERCIANTES

VENDEDORES AMBULANTES

FUNCIONÁRIOS DO COMÉRCIO

PRESTADORES DE SERVIÇO

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