Embrapa e Associação de Agroextrativistas desenvolvem projeto na Ilha das Cinzas
Lideranças comunitárias e dirigentes da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (Ataic) e uma equipe de técnicos da Embrapa Amapá avaliaram as atividades do projeto “Desenvolvimento comunitário sustentável no estuário amazônico”, durante seminário realizado nos dias 26 e 27 de fevereiro deste ano, na própria comunidade localizada no município de Gurupá, Estado do Pará.
Na ocasião, foi apresentado o diagnóstico das condições de saneamento e das atividades produtivas das famílias residentes daquela comunidade, além do mapeamento de mais de 80 áreas de açaizais e de 20 áreas de regeneração da espécie florestal pau mulato. Estas ações foram realizadas como parte do projeto executado em parceria entre a Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (Ataic) e a Embrapa, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. “As capacitações realizadas em meliponicultura e sobre manejo de açaizais foram reconhecidas pela comunidade como ações de grande importância para o desenvolvimento das famílias”, ressaltou o pesquisador Marcelino Carneiro Guedes, da área de recursos florestais da Embrapa Amapá.
Durante o seminário, foi oficializada uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Gurupá (Sesmug), que apoiará na atividade de análise da qualidade da água disponibilizadas para consumo na Ilha das Cinzas. O órgão municipal também vai atuar na manutenção dos novos sistemas de tratamento de água e esgoto que serão instalados nas comunidades, conforme prevê o projeto “Desenvolvimento comunitário sustentável no estuário amazônico”.
Segundo o pesquisador Marcelino Guedes, a maior parte das metas iniciais do projeto foram cumpridas e algumas antecipadas “O curso sobre manejo de açaizais nativos, por exemplo, foi adiantado em função do interesse dos ribeirinhos no tema e para otimizar uma ação da área de transferência de tecnologia da Embrapa”, acrescentou Guedes. O pesquisador enfatiza que a participação da comunidade nos eventos e ao longo das atividades de experimentação para adaptação das tecnologias faz com que o projeto se consolide cada vez mais. O projeto “Desenvolvimento comunitário sustentável no estuário amazônico” tem como objetivo pesquisar e adaptar novas tecnologias de geração alternativa de energia, saneamento ambiental e diversificação produtiva à realidade local do estuário amazônico, para garantir a adoção e expansão das técnicas para as famílias ribeirinhas extrativistas, visando melhorar a renda e a saúde das famílias e minimizar o impacto ambiental na Ilha das Cinzas.