Droga tradicional da Amazônia pode tratar alcoolismo e depressão
LONDRES — A ayahuasca, droga tradicional de povos da Amazônia, tem efeitos que melhoram o bem-estar das pessoas e pode servir de tratamento para alcoolismo e depressão, sugere estudo realizado pelas universidades de Exeter e College London, noReino Unido. Com base em análise da pesquisa Global Drug Survey, realizada com 96 mil pessoas em todo o mundo, os cientistas descobriram que usuários de ayahuasca relataram menos problemas com o uso de bebidas do que pessoas que usam LSD e cogumelos mágicos, drogas reconhecidas pelo combate ao vício em álcool.
Os usuários também relataram bem-estar maior nos últimos 12 meses em relação aos outros entrevistados.
— Essas descobertas dão algum suporte à ideia de que a ayahuasca pode ser uma ferramenta importante e poderosa no tratamento da depressão e do alcoolismo — disse Will Lawn, pesquisador da College London e líder da pesquisa. — Pesquisas recentes demonstraram o potencial da ayahuasca na medicina psiquiátrica, e nosso estudo fornece mais evidências de que pode ser um tratamento seguro e promissor.
A ayahuasca é uma bebida produzida pela combinação da videira Banisteriopsis caapi com outras plantas, em particular a Psychotria Viridis. Ela é usada há milhares de anos em rituais de tribos da região amazônica, e no século passado passou a ser usada por diversos grupos religiosos, sendo os mais conhecidos a União do Vegetal e o Santo Daime.
Dos participantes da Global Drug Survey, 527 se disseram usuários de Ayahuasca, 18.138 usam LSD ou cogumelos mágicos e 78.236 não faziam uso de drogas psicodélicas. O bem-estar foi medido pelo Índice de Bem-estar Pessoal, ferramenta utilizada por pesquisadores em todo o mundo com perguntas sobre relações pessoais, conexão com a comunidade e sentimento de realização.
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