Reflexões sobre a tragédia do Novo Amapá, o maior acidente fluvial do país em tempos de paz
Por Jorge Anaice
Trago à memória a tragédia que marcou o Ano Novo de 1981, ocorrida no dia 06 de janeiro, na foz do Rio Cajari, próximo ao município de Monte Dourado. É uma lembrança dolorosa e triste para os sobreviventes e também para os que perderam entes queridos naquela noite do Dia de Reis.
Resgatar este fato, é também uma forma de contribuir para evitar que novas tragédias ocorram e, assim, homenagear as vítimas daquele dia.
40 anos do trágico acidente que ocasionou, o naufrágio e morte de mais de 300 pessoas, tomadas pelo pânico e desespero, imersas na água e na escuridão, o caso do Novo Amapá segue na história como uma fatídica questão não resolvida satisfatoriamente.
Rememorar a tragédia do Novo Amapá nos impõe uma reflexão acerca do futuro.
Será que uma fatalidade, igual àquela ocorrida nos primeiros dias de 1981 poderia ocorrer nos dias de hoje?
Existem novas medidas que evitam a renovação dessa experiência?
E mais ainda: a falta de punição – penal e civilmente – que gerou justa indignação e frustração na sociedade, não estaria a indicar que o trabalho preventivo deve receber a devida ênfase, para evitar a repetição da tragédia?
O caso do Novo Amapá foi um triste marco na história do Direito Marítimo brasileiro.
O que é certo, no entanto, é a importância de mantermos a memória do acidente do Novo Amapá presente em nossa sociedade e em nossas mentes, de modo que esforços conscientes e medidas preventivas sejam frequentemente cobradas, em respeito às
vidas perdidas naquele fatídico Dia de Reis.
Parodiando a canção do Tim Maia, digo assim:
“Dia meio “esquisito”, mas é o dia da festa de Santo Reis”
Jorge Anaice é advogado