Pesquisa aponta que eleitorado do Amazonas quer presidente que entenda de Amazônia

Para a maioria do eleitorado do Amazonas, o conhecimento das questões amazônicas é um fator importante na escolha do próximo presidente. Em pesquisa de opinião encomendada pela Fundação Amazônia Sustentável e realizada pelo instituto Action, 62,4% dos eleitores responderam que o conhecimento sobre a região e a defesa da floresta são fatores que influenciam o voto.

Os participantes também afirmam que os atuais governantes não fazem o suficiente pela região. Questionados sobre outros tópicos como saúde, educação e segurança, muitos responderam que consideram estes os temas mais importantes. No entanto, também afirmaram que são tópicos genéricos e sempre abordados nos debates, e que farão diferença no voto se forem relacionados a questões amazônicas.

Sobre a pesquisa de opinião

O levantamento foi realizado pelo Action Instituto de Pesquisa, a pedido da FAS e com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Entre os meses de maio e junho, foram ouvidas 2.776 pessoas dos nove estados, sendo 384 do Amazonas.

Para os jovens, a Amazônia é o “coração do mundo”. Neste contexto, os eleitores de 16 a 24 anos são, dentre todos, os que mais consideram necessário que os candidatos apresentem propostas e projetos concisos para proteger e explorar a floresta de forma legal e sustentável.

A pesquisa também abordou os temas que a população do Amazonas considera prioritários nos debates dos presidenciáveis. Para 85,6% dos eleitores amazonenses, a conservação da floresta precisa fazer parte do plano de governo dos candidatos à presidência nestas eleições. Entre os temas mais citados pelos entrevistados como importantes para o desenvolvimento da região estão: combate ao desmatamento (43,3%), preservação da floresta (21,9%) e diminuição das queimadas (12,5%).

Questões sobre desenvolvimento sustentável, combate ao garimpo ilegal, aumento das áreas de conservação na floresta, poluição de rios e igarapés, recursos aos povos indígenas e ribeirinhos, conservação de terras indígenas, exploração ilegal de madeira, bioeconomia, ecoturismo, fiscalização de recursos naturais e a importância de fazer o Polo Industrial de Manaus (PIM) se envolver na conservação da floresta através da bioeconomia também fazem parte dos temas que os eleitores esperam que sejam debatidos nas eleições de 2022.

O superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, ressalta que a pesquisa revela de forma inédita que a população amazônida está alinhada com a conservação das florestas, o desenvolvimento socioeconômico da região e a proteção de direitos dos povos indígenas.

“Em todas as faixas etárias, de renda e escolaridade existe uma visão de que o desmatamento é algo ruim, que as queimadas fazem mal à saúde e que o garimpo ilegal é fonte de problemas para quem mora na Amazônia. Tudo isso é importante para o debate nacional e para as eleições”.

Visão socioambiental

Também foi pedido aos participantes da pesquisa, que abrangeu os nove estados da Amazônia Legal brasileira, para que resumissem o que pensam sobre a Amazônia com uma palavra, apenas. A palavra mais mencionada foi “preservar”. As demais foram “nossa casa”, “vida”, “cuidar”,  “bom lugar”, “amor” e “investimento”. 

Ainda segundo a pesquisa, 88,5% concordaram com a afirmativa de que as árvores nas ruas e praças podem diminuir o calor. Além disso, 90,9% também concordaram que conservar a floresta faz bem para a qualidade de vida da população de toda a região amazônica. Para  91,4%, as escolas deveriam ensinar mais sobre a região e 89,6% afirmaram que os povos que vivem na floresta precisam ter seus direitos e vidas respeitados para garantir que a floresta permaneça viva.

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