Sesa garante tratamento de paciente oncológica e discute providências para a área
O drama da autônoma Léia Silva da Conceição, que perdeu parte do rosto em virtude da demora da providência do Estado em garantir seu tratamento contra câncer de pele tem um novo desfecho. Nesta quarta-feira, 14, o Governo do Estado do Amapá por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) emitiu duas passagens aéreas e agendou a consulta de Léia para o dia 20 de janeiro no Hospital Ofir Loyola em Belém.
Em outubro do ano passado a autônoma abriu processo no TFD, mas não pôde iniciar seu tratamento devido à suspensão das passagens. Em razão desses e outros casos, o secretário de Estado da Saúde, Pedro Leite, e seus adjuntos Fernando Nascimento e Joel Brito, juntamente com o presidente do Instituto do Câncer Joel Magalhães (Ijoma), Padre Paulo Roberto, se reuniram para discutir ações voltadas para pacientes vítimas de câncer.
Plantão social e atendimento no Hospital de Barretos-SP foram os principais assuntos abordados entre os presentes. Segundo Pedro Leite, o Ijoma ficará responsável para diagnosticar os pacientes com câncer e viabilizar o atendimento junto a Secretaria de Estado da Saúde.
Situação atual do TFD
Um grande desafio. Foi assim que a nova coordenação do Programa de Tratamento Fora de Domicílio classificou sua atuação frente ao programa. Neste primeiro momento, a coordenadora do TFD, Márcia Rodrigues, realiza um levantamento da atual situação do programa, e segundo ela, os resultados não são nada promissores.
Nos últimos três meses de 2014, os pacientes que procuraram os serviços do TFD, se depararam com uma situação desesperadora. A emissão de passagens aos pacientes que iriam fazer tratamento em outros estados, ficaram suspensas por falta de pagamento. Por este motivo, muitos perderam consultas e outros não puderam continuar seus tratamentos.
"Com a suspensão das passagens, 101 pacientes não puderam iniciar seus tratamentos. Neste ano, 40 pacientes tiveram suas consultas reagendadas", explica Márcia.
Como forma de dar continuidade aos serviços, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), dialogou com a empresa que fornece as passagens, e assim pacientes que estavam em outros estados puderam voltar para o Amapá. "Estamos priorizando os casos de urgência e os pacientes que ainda estão em outros estados e que já tinham concluído seus tratamentos", comenta a coordenadora.
Outra situação enfrentada pelo programa é a falta de parceria com outros estados e a renovação do convênio entre os governos do Pará e Amapá. "Não sabemos explicar o que houve, mas a parceria que existia entre Amapá e Pará não foi renovada em 2014 e isso fez com que os hospitais da rede pública de saúde daquele estado deixassem de ofertar vagas aos pacientes do Amapá", explicou Márcia. "Conseguíamos agendar as consultas na base da amizade, só assim os pacientes poderiam ser atendidos", lembra.
A coordenadora explica ainda que o secretário de Estado da Saúde estuda a possibilidade de celebrar cooperações interestaduais, assim os pacientes serão encaminhados com suas consultas previamente agendadas. "Hoje, se mandarmos um pacientes para outro estado além do Pará, ele deverá ser consultado em uma Unidade Básica de Saúde para que o médico o encaminhe a um especialista e assim iniciar seu tratamento. Com a parceria com esses estados, os pacientes serão encaminhados com sua consulta marcada com o especialista, além de ter auxílio financeiro garantido", informa.