Após briga entre deputados, sessão é retomada no Conselho de Ética
Na manhã desta quinta-feira (10), após o início de mais uma sessão para analisar processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, novamente deputados iniciaram um pesado bate-boca por discordarem dos procedimentos, e chegaram a partir para a briga física, sendo apartados pelos colegas. A sessão chegou a ser suspensa para os ânimos se acalmarem, e minutos depois foi retomada.
Os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto (PR-PB) discutiram e chegaram a trocar tapas. A confusão aumentou quando o deputado Zé Geraldo disse: “A turma do Cunha quer bagunçar”. O deputado Wellington Roberto avançou em direção a ele e o agrediu com tapas.
“Aceito tudo, mas me tocar, não”, gritou Zé Geraldo. “Macho nenhum vai tocar em mim, não. O senhor é moleque”, retrucou Roberto.
Após o restabelecimento da ordem, o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), classificou a briga de “espetáculo deprimente, que envergonha a Casa e o Conselho de Ética”. “Esse conselho deve ser o local da ética, do zelo e do respeito entre os seus pares, da conversa e do diálogo. Jamais isso poderá ser transformado em um ringue”, disse Araújo.
Deputados Zé Geraldo e Wellington Roberto partem para a briga física durante sessão do Conselho
Deputados Zé Geraldo e Wellington Roberto partem para a briga física durante sessão do Conselho
Ainda com a polêmica sobre a escolha do relator do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética da Casa tenta nesta quinta-feira, mais uma vez, avançar na discussão que pode dar sinal verde à continuidade do processo por quebra de decoro contra Cunha.
Com a substituição do relator ontem Fausto Pinato (PRB-SP), que havia apresentado um relatório pela admissibilidade do processo, a discussão volta à fase inicial, agora com o novo relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO).
Discussão
No início da sessão, deputados reclamavam que o painel eletrônico no colegiado estava desligado no momento do registro da presença dos parlamentares. O deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) reclamou que, no momento de registrar presença no painel eletrônico do colegiado, o painel ficou desligado. “Muitos deputados não conseguiram marcar presença no horário em ponto em virtude do painel estar desligado. Ficou desligado por oito minutos. Muitos deputados saíram porque acharam que não seria aqui”, disse Bacelar.
O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA) rebateu: “Eu ainda sou o presidente do conselho, ainda não me afastaram, porque aqui pode tudo, mas o sistema não está ligado a mim e, sim, à Mesa Diretora. Estou aqui apenas para dirigir os trabalhos”, informou.
Deputados continuaram discutir com o presidente. Araújo afirmou que o problema foi que o painel não foi ligado, mas o sistema registrou a presença na ordem de chegada. “Não houve prejuízo para ninguém. Vossa Excelência está tumultuando o processo”, disse o presidente.
João Carlos Bacelar protestou. “Eu quero o meu direito de votar”, disse.
O deputado Leo de Brito (PT-AC) criticou a destituição do relator Fausto Pinato (PRB-SP) pelo primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA). “Isso vai ficar marcado para sempre na história do Conselho de Ética”, afirmou.
Os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto (PR-PB) trocaram ofensas, agrediram-se e tiveram que ser contidos pelos colegas.
O presidente José Carlos Araújo chegou a suspender a sessão após a confusão entre os parlamentares. “Esse conselho deve ser o local da ética, do zelo e do respeito entre os seus pares, da conversa e do diálogo. Jamais isso poderá ser transformado em um ringue”. A reunião já foi reaberta.
Novo relator
Na noite de quarta-feira (9), o presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA) escolheu o novo relator, em substituição a Fausto Pinato (PRB-SP). O escolhido foi Marcos Rogério (PDT-RO), de uma lista tríplice que contava ainda com Léo de Brito (PT-AC) e Sérgio Brito (PSD-BA). Ele será o relator do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha, por quebra de decoro, por ter mentido sobre supostas contas no exterior.