Euclides Farias: O mundo sem Munhóz
O Amapá está de luto, mas o decreto de grande pesar deveria se estender ao planeta, para reverenciar um dos intelectuais mais importantes da Amazônia e um cidadão do mundo. Paraense de Belém, Antônio Munhoz Lopes morreu aos 85 anos, de insuficiência renal, no início da tarde de hoje, num hospital de Macapá, rodeado pela admiração de muitas gerações de alunos e amigos da vida de magistério iniciada em 1960.
Munhoz pertenceu a uma geração de grandes professores do Amapá com galeria de remanescentes cada vez mais desfalcada. Sua cultura, indo além da literatura e da arte de ensinar, conheceu pintura, música, filosofia, teatro. Viajava os países interessado em conhecer museus que lhe contassem a história da humanidade.
Tive o privilégio de estudar literatura e português com o grande mestre no Colégio Amapaense, em meados dos anos 1970. Se a lição de John Donne dizendo que a morte de um único homem diminui a humanidade é preciosa, imagine a morte de um homem como Munhoz. Obrigado, professor!
Euclides Farias