Embrião gerado em laboratório é esperança para rinoceronte à beira da extinção

Cientistas criam, pela primeira vez, embrião híbrido de rinoceronte-branco do norte

BERLIM — O rinoceronte-branco do norte está funcionalmente extinto. Com a morte de Sudan, o último macho da espécie, em março deste ano, restam apenas duas fêmeas vivas, Najin e Fatu. Mas dos laboratórios do Instituto Leibniz de Pesquisas em Zoológicos e Vida Selvagem, em Berlim, surge uma esperança para a recuperação do animal condenado a desaparecer do planeta. Usando técnicas de reprodução in vitro, os pesquisadores foram capazes de criar, pela primeira vez, embriões híbridos com óvulos de rinocerontes-brancos do sul e esperma de rinocerontes-brancos do norte.

— Esses são os primeiros embriões de rinocerontes fertilizados in vitro — celebrou Thomas Hildebrandt, líder do experimento descrito na edição desta semana da revista “Nature Communications”.

Os cientistas conseguiram adaptar uma técnica de reprodução artificial usada em cavalos para criar os embriões híbridos de rinoceronte, mas a tarefa não foi fácil. O primeiro desafio foi desenvolver um equipamento, com cerca de dois metros de comprimento, para coletar os ovócitos — células que darão origem aos óvulos — com segurança.

Os ovócitos foram coletados de fêmeas de rinocerontes-brancos do sul espalhadas por zoológicos europeus e transferidos para a clínica Avantea, em Cremona, na Itália, especializada na reprodução assistida de animais de grande porte.

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