Momento Espírita: Jovialidade

Como é triste! Eu vou ficar velho, horrendo e medonho. Ele jamais envelhecerá além deste dia de junho…

Se pudesse ser diferente! Se eu permanecesse sempre jovem e o retrato envelhecesse!

Por isso, por isso eu daria tudo!

Sim, não há nada em todo o mundo que eu não daria! Daria a minha alma por isso!

*   *   *

O escritor irlandês Oscar Wilde coloca na boca do seu personagem, Dorian Gray, esse desejo que a Humanidade ainda mantém no imo da alma: não envelhecer.

Na obra em questão, O retrato de Dorian Gray, o jovem aristocrata, após ter seu retrato pintado por um importante artista da época, faz uma espécie de pacto e, a partir desse momento, o seu retrato, a sua imagem na pintura envelhece, mas ele não.

A juventude eterna ainda é um sonho para muitos.

Manter o vigor, a beleza e disposição mental dessa fase da vida. Que maravilha seria!

Por isso, alguns tentam conservar a juventude de formas artificiais, acreditando que ela se encontre apenas na aparência exterior.

Assim, vemos aqueles que ultrapassaram o período juvenil há um bom tempo, e buscam se vestir com a moda jovem do momento.

Aqueles que, constantemente, fazem revoluções estéticas assombrosas, nesses tempos de popularização das cirurgias plásticas.

Outros que procuram as gírias, os termos, os trejeitos dos moços do agora, numa tentativa de demonstrarem que não foram alcançados, tocados pelo tempo.

Será possível manter-se sempre jovem? O que significa ser realmente jovial?

A expressão jovial tem sua origem em jovis, nome que era dado ao deus Júpiter, o pai dos deuses na mitologia romana.

É uma virtude do comportamento humano, traduzindo bem-estar, alegria de viver, amabilidade e ternura ante as dificuldades e desafios existenciais.

Semelhante à inocência, a jovialidade é a capacidade que permite a integração da criatura no cosmo social, tornando-a diferente e especial.

É uma qualidade moral que se adquire mediante a eliminação das mazelas defluentes do largo processo da evolução do Espírito, durante as múltiplas experiências vivenciadas.

O ser jovial é alegre, porém não ruidoso. Nem portador das expressões temperamentais dos júbilos vulgares ou das condutas transtornadas daqueles que se comprazem em alegrar os outros, utilizando-se da extravagância e do ridículo.

A jovialidade irradia beleza e ternura, cativa sem palavras e modifica o ambiente onde se manifesta.

Gentil, comunica-se com facilidade, como uma fonte cristalina que mata a sede sem nada solicitar.

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Exercitemos a jovialidade.

Não a jovialidade plástica, que tenta mudar o interno através do externo.

Desarmemo-nos em relação ao nosso próximo, não permitamos que os nossos conflitos interfiram na confiança que nele devamos depositar.

Mesmo que sejamos agredidos, conservemo-nos joviais.

Não há força do mal que resista à compaixão e ao comportamento da jovialidade.

Bem-aventurados os joviais, porque serão felizes desde hoje, assim também pelos infinitos roteiros da Imortalidade!

Redação do Momento Espírita.
Em 19.9.2020.

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