Momento Espírita: Quebra de etiqueta

Um dia, o médium mineiro Chico Xavier foi convidado para um jantar importante.

Estavam presentes homens de negócios, jornalistas e repórteres.

Quando todos haviam jantado e estavam aguardando o cafezinho, chegou uma senhora carregando enorme bandeja.

Chico, de imediato, se levantou e foi socorrer aquela mulher de cabelos embranquecidos pelo peso dos anos.

Os demais o olharam espantados. Afinal, Chico era convidado especial, e não deveria se prestar a esse tipo de atitude.

Mas, para Chico Xavier, a fraternidade e a solidariedade estavam acima das regras de etiqueta ou protocolo.

Para o seu coração generoso e afável aquela copeira era uma senhora de idade, cujos braços estavam debilitados pelos muitos invernos.

Ele aprendera, desde a infância, a ser gentil com todos, sem exceção.

Digamos: uma atitude que deveria caracterizar todos os que nos dizemos cristãos.

Se ser cristão é viver os ensinamentos do Cristo, quem age assim tem motivos de sobra, pois Jesus deu exemplos de grandeza moral, com gestos de extrema humildade.

O Homem de Nazaré recomendou, em determinada ocasião, que aquele que quisesse ser o maior, deveria ser o servidor de todos.

Não quis dizer com isso que as pessoas devessem se curvar umas diante das outras, pois a verdadeira grandeza está na pureza de sentimentos e não em mesuras.

Ser realmente grande é ter um coração bom o bastante para colocar os valores reais acima de qualquer norma que não tenha como princípio o amor ao próximo.

Dizer-se cristão e não agir de conformidade com os ensinos do Cristo, é uma forma de negá-lO.

Por todas essas razões, vale a pena refletir um pouco sobre o que convencionamos denominar etiqueta ou protocolo.

Sem desconsiderar a boa educação que deve reger todas as ações dos homens, há muito de soberba e vaidade por traz de algumas etiquetas.

Alguns ficamos muito presos às aparências e descuidamos do verdadeiro sentido da vida.

Somos habilidosos com os talheres e nos portamos de maneira elegante, mas não conseguimos evitar os excessos à mesa, sobrecarregando o estômago.

Usamos com maestria os diversos copos e taças que estão sobre a mesa, mas perdemos a razão e o bom senso nos excessos do álcool.

Comportamo-nos conforme prescreve a etiqueta, mas nossos pensamentos e atos não respeitam as mínimas exigências de uma consciência tranquila.

Assim, mais do que aparências, vale considerarmos a importância da fraternidade, da solidariedade, da verdadeira educação.

Enfim, mais do que atender às normas de etiqueta, é preciso fazer aos outros o que gostaríamos que os outros nos fizessem.

*   *   *

No tempo de Jesus, os homens já se preocupavam mais com as questões exteriores do que com as interiores.

O Mestre de Nazaré aproveitou para enaltecer a postura interior, a moral, como a mais importante. Por isso, em certa oportunidade, frisou:

Escutai e compreendei. Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isso é que torna o homem impuro.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com citação do
 
Evangelho de Mateus, cap. 15, vers. 10 e 11.
Em 15.7.2021.

O que você pensa sobre este artigo?

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.