Amazônia

Indígenas e comunidades tradicionais da América Latina reivindicam protagonismo nas decisões climáticas

Durante a 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro de 2025, o Instituto Internacional Arayara abre as portas do “Amazon Climate Hub” para dar voz ao debate “Participação efetiva dos povos indígenas, comunidades locais e comunidades territoriais nas decisões climáticas em nível nacional e global”, organizado pela Alianza Latinoamericana de Defensores y Defensoras de Territorios Indígenas (ALADTI).

O evento reunirá algumas das principais lideranças e organizações de base indígena da América Latina com um objetivo claro: ir além do reconhecimento e discutir caminhos concretos que garantam o protagonismo real de povos e comunidades tradicionais na formulação e implementação das políticas globais de clima e de transição energética justa.

Desafios Críticos para a Justiça Climática

O painel se concentrará em desafios estruturais que ameaçam a vida dos guardiões das florestas e a capacidade global de enfrentar o aquecimento, baseado em 3 pilares: em como a falta de segurança jurídica territorial expõe milhões de hectares de floresta a invasões ilegais, grilagem e à concessão de licenças para atividades extrativas predatórias, minando a autonomia das comunidades e acelerando o desmatamento; ameaça aos povos em isolamento voluntário, sob pressão constante de grandes empreendimentos, especialmente a expansão da exploração petrolífera e de minérios nas fronteiras amazônicas; e a exigência por uma saída justa, planejada e imediata dos combustíveis fósseis.

As lideranças apresentarão evidências dos impactos diretos da exploração de petróleo, gás e carvão sobre os territórios tradicionais, defendendo que a interrupção da exploração de fósseis é uma condição imprescindível para a justiça climática, limitando o aquecimento global na meta estabelecida pelo Acordo de Paris, em 1,5°C.

O conhecimento ancestral como solução global

O evento destacará que o conhecimento ancestral de povos e comunidades não deve ser visto apenas como tema cultural, mas como um ativo científico e estratégico fundamental para a construção de soluções sustentáveis e para a conservação da biodiversidade. O fortalecimento dos direitos territoriais será apresentado como uma condição indispensável e de baixo custo para a efetivação de qualquer estratégia de mitigação e adaptação climática.

O debate da ALADTI, marcado para o dia 11/11, às 16h, faz parte da programação do Amazon Climate Hub, espaço concebido pelo Instituto Internacional Arayara para ser um laboratório vivo de inovação climática e tecnologia ancestral. O Hub sediará uma série de debates, oficinas e encontros colaborativos com a participação de lideranças e especialistas de todo o mundo, buscando consolidar uma agenda comum de justiça climática e energética com foco na Amazônia.

O que você pensa sobre este artigo?

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.