Polonia quer julgar carpinteiro identificado como comandante nazi
As autoridades polacas anunciaram que querem julgar Michael Karkoc, de 98 anos, a viver no Minnesota, nos EUA, depois de o identificarem como um comandante nazi responsável por dezenas de mortes, na II Guerra Mundial.
Na Polónia, estão “100 % seguros” de que o idoso de 98 anos é o responsável pela morte de 44 polacos e já informaram os EUA de que vão tentar extraditar o homem, que sofre de Alzheimer, para ser julgado.
De acordo com a “Associated Press”, Michael fugiu para os EUA, pouco depois da rendição alemã, mentiu sobre o seu histórico militar e instalou-se numa casa em Minneapolis. Agora, Robert Janicki, um dos responsáveis pela investigação, disse à “CBS” que reuniu provas suficientes de que Michael é um dos comandantes responsáveis pela unidade da Legião de Autodefesa Ucraniana, que tinha ligações às SS, a polícia militar do regime Nazi.
Esta equipe de militares é a responsável pela destruição completa de várias aldeias polacas.”Podíamos ouvir disparos de metralhadoras e explosões de granadas”, disse Stanislawa Lipska, ao “The Guardian”, um sobrevivente de uma das aldeias polacas atacadas, Chaniow. “Os tiros podiam ser ouvidos até fora da aldeia. Eles queriam ter a certeza de que ninguém escapava vivo”, concluiu.
Um outro relato que demonstra a brutalidade da equipe militar, que Michael supostamente integrava, é feito por Vasyl Malazhenski, um soldado da própria companhia: “Nós podíamos ver os corpos das pessoas mortas. Homens, mulheres e crianças”.
A família do idoso já reagiu ao pedido de extradição vindo da Polonia e negou as acusações que são feitas. “É diabólico, fabricado, intolerável e malicioso”, disse Adriy, o filho de Michael, citado pelo “The Washington Post”. Adiantou ainda que devido à doença o seu pai não tem capacidade de se defender, garantindo que o homem não estava na Polonia na altura dos ataques.
Apesar da doença e das declarações do filho, as autoridades polacas não estão dispostas a parar. Este caso já tinha sido investigado pela Alemanha. Mesmo tendo a certeza de que Michael trabalhou para as SS, desistiram do caso, depois do hospital que faz o tratamento do homem ter enviado documentos que demonstram que o idoso não tem condições de responder em tribunal.