Estudo comprova que autismo é quatro vezes mais comum em meninos

2 de Abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo

O transtorno de espectro autista (TEA) não é propriamente uma doença, mas uma síndrome que representa um conjunto de manifestações características e podem ser causadas por uma ou mais doenças. Desta forma, o TEA pode ter diferentes causas e na maioria dos pacientes, não se descobre sua razão específica.

Segundo o Diretor do Instituto de Neurologia do Espírito Santo e Chefe do Setor de Neurologia Infantil da Universidade Federal de São Paulo Marcelo Masruha, as manifestações características do TEA se apresentam em diferentes graus na dificuldade de comunicação e interação social, e padrões de comportamento e interesses restritos e repetitivos.

“Os sinais comportamentais do autismo costumam aparecer precocemente, durante o desenvolvimento da criança, por volta de 12 e 18 meses de idade. Contudo, cerca de 20% das crianças com autismo apresentam nítida regressão após um período de desenvolvimento aparentemente normal, ao longo dos primeiros anos de vida”, destaca o especialista.

Nas últimas duas décadas houve um aumento de 30 a 40 vezes no número de casos de autismo. Marcelo relata um estudo recente, conduzido pelo Centro para Prevenção e Controle de Doenças, dos Estados Unidos, em que identificou prevalência de um caso de TEA em cada 59 indivíduos, sendo este número quatro vezes mais comum em meninos.

O aumento da conscientização pode ter contribuído para o aumento da prevalência do TEA. Estudos mostraram que pais que já tinham conhecimento a respeito do transtorno, tem maior probabilidade de procurar um diagnóstico para os seus filhos.

O neurologista ainda relata que o diagnóstico precoce dá à criança maior acesso a serviços médicos especializados e de educação especial, quando comparado ao diagnóstico de outras condições. O quanto antes iniciado o tratamento, melhores são os resultados em termos de desenvolvimento cognitivo, linguagem e habilidades sociais. Para isso, sempre que os pais ou o pediatra suspeitarem de TEA, a criança deve ser encaminhada para um neurologista infantil, a fim de tentar estabelecer o diagnóstico.

Folha Vitória

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