Covid-19: OMS cobra de governos distribuição equitativa de material

Instituição cobra coordenação de esforços para produção para produção de insumos

Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou hoje (23) que cobrará das nações do G20 uma coordenação de esforços para a produção e distribuição de insumos e materiais necessários à prevenção e ao combate ao novo coronavírus. O G20 é o grupo dos países mais ricos do mundo.

O diretor-geral da organização, Tedros Ghebreyesus, apontou hoje, em entrevista coletiva, a necessidade da medida para que nenhum país fique desabastecido da estrutura para as providências de vigilância em saúde e atendimento médico contra a covid-19.

“Resolver esse problema requer comprometimento político e coordenação em nível global. Precisamos de unidade no G20, que tem mais de 80% do PIB global. Comprometimento político significa solidariedade e lutar contra essa pandemia da forma mais forte possível”, destacou o diretor-geral.

Ele elogiou países que estão disponibilizando recursos e profissionais para atuação em outras nações. A China, por exemplo, negocia com o Brasil a venda de insumos produzidos pelo governo oriental para combater o surto chinês, que já se encontra em fase de estabilidade.

Outra medida que será defendida pela entidade junto aos governos do G20 será a garantia de equipamentos de proteção individual a profissionais de saúde. Estes são os que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus e com alto risco de contágio pelo contato frequente com pacientes confirmados ou em tratamento.

“Trabalhadores só podem fazer seu trabalho se puderem fazer de forma segura. Continuamos ouvindo relatos alarmantes de números grandes de infecção entre trabalhadores de saúde. Se não priorizarmos trabalhadores da saúde muitas pessoas vão morrer porque esses trabalhadores vão estar doentes”, alertou Tedros Ghebreyesus.

Ainda no tocante à cooperação entre os países, os representantes da organização criticaram falas de governantes, como a do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de atribuir culpa pela pandemia à China, local dos primeiros casos confirmados.

“A posição da OMS é clara. Isso é uma distração agora. Temos que focar no que precisamos fazer agora. Não temos culpa nisso, temos somente o futuro. E temos capacidade. Temos que lutar juntos”, declarou o diretor executivo da OMS, Michael Ryan.

Pandemia acelerando

O diretor-geral da OMS destacou que a pandemia está acelerando. Foram 67 dias do primeiro caso reportado até atingir 100 mil casos, mais 11 dias até 200 mil e somente quatro dias para chegar a 300 mil casos confirmados.

De acordo com a última atualização da OMS, no início da tarde de hoje, os casos confirmados somam 332,9 mil, com 14.5 mil mortes. A pandemia já se espalhou por 190 países. A China ainda lidera, com 81,6 mil casos, seguida por Itália (59,1 mil), Estados Unidos (31,5 mil), Espanha (28,5 mil) e Alemanha (24,7 mil).

Fifa

A OMS anunciou uma parceria com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) no lançamento da campanha  “Chutar para longe o novo coronavírus”. Jogadores contribuíram na produção de diversas mensagens de conscientização e de ações de prevenção contra a pandemia.

O goleiro do Liverpool e da seleção brasileira, Alisson Becker, participou da entrevista coletiva e falou sobre a importância da difusão de informação de qualidade sobre a pandemia. “O direito à informação correta deve ser atendido nesse momento. Convido pessoas a seguir informação das autoridades locais e da Organização Mundial de Saúde”, disse.

EBC

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