Parceria amplia teleatendimento de saúde em aldeias indígenas no Amazonas

Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) firmam parceria para implantação da plataforma de telessaúde em aldeias indígenas da região do Rio Negro.

Mais saúde para regiões remotas do Amazonas. Esse é o objetivo da parceria firmada nesta terça-feira, dia 21 de julho, entre a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Com a cooperação, mais de 5 mil pessoas serão beneficiadas e o termo prevê a estruturação e manutenção de espaços físicos para implementação da plataforma de telessaúde, suporte logístico e operacional, além de apoio na gestão integrada.

“Nós avançamos na captação de recursos e, por isso, vamos ampliar os pólos de telessaúde juntamente com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Serão 120 no total. Com isso, a oferta de internet vai apoiar também outras frentes como empreendedorismo, educação e apoio ao associativismo”, disse o superintendente-geral da FAS, Virgilio Viana.

Com os pólos de telessaúde, a internet diminuirá o atraso no envio de dados epidemiológicos para órgãos de controle. “Nós temos um atraso de 30 dias atualmente no envio dos dados. Nossas equipes vão para campo e nós só publicamos depois de 30 dias por falta de internet. Os pontos de telessaúde serão importantes para reduzir essa diferença”, disse o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Alto Rio Negro (Condisi), Jovanio Normando Vilagelin. 

De acordo com o diretor presidente da Foirn, Marivelton Barroso, a instalação do pólo é uma reivindicação antiga das comunidades do Alto Solimões. “Será um mecanismo de trabalho para profissionais de saúde, médicos e agentes. Também vai fortalecer e contribuir com as ações de saúde dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).

Capacitação e saúde

Uma estratégia importante da Aliança são as ações de diagnóstico e atenção básica em saúde, realizadas nas comunidades indígenas. Para isso, os agentes comunitários de saúde recebem capacitação, por meio do sistema de telemedicina, para atuar de forma adequada na prevenção e observação dos pacientes indígenas suspeitos do novo coronavírus. A formação é feita com base no ‘Guia de Recomendações para Atenção Primária à saúde em comunidades ribeirinhas, rurais e aldeias indígenas do Amazonas’, protocolo criado pela “Aliança Covid Amazonas dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras para o Enfrentamento do Coronavírus”, com orientações de profissionais da saúde para evitar o contágio da doença, como fazer o diagnóstico e parâmetros para a transferência de pacientes para a sede municipal mais próxima. 

Reconhecimento

Os resultados positivos das atividades da Aliança são relatados por diversos indígenas, como a liderança da etnia Kokama, Milena Marulanda, que agradeceu, emocionada, o apoio que a iniciativa tem proporcionado às aldeias no Amazonas.

“Vocês não têm ideia dos benefícios que estão trazendo para nós indígenas. Por onde vou, digo que temos recebido apoio da FAS (Fundação Amazonas Sustentável) e da Aliança. Obrigada por nos ajudarem a viver, por sentirem a nossa dor e necessidade de estarem junto conosco. Além das cestas básicas, recebemos duas máquinas de costura, que trouxe dignidade para nós mulheres indígenas, que precisamos trabalhar. São mulheres Kokama, Baré, Tikuna e Macuxi, de etnias diferentes que estão fazendo esse intercâmbio, graças à Aliança”, disse Marulanda.

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