Entenda o que muda com reajuste da Selic
Taxa aumentou 1% e a expectativa é que suba ainda mais
No começo de agosto, o Copom (Comitê de Políticas Monetárias) aumentou mais uma vez a Taxa Selic, que passou de 4,25% ao ano para 5,25%. Até o começo de 2021, a Selic estava se mantendo na casa dos 2% por conta do momento atual de pandemia.
No entanto, a alta da inflação pressionou o governo a tomar medidas. Além da alta de 1%, a expectativa do mercado é que até dezembro a Selic chegue a 7%. Confira a seguir os impactos dessa mudança, tanto para o consumo quanto para os investimentos!
O que é a Selic e por que ela varia
A Selic é uma taxa de referência para as linhas de crédito brasileiras e algumas aplicações financeiras, incluindo a poupança. Quando ela sobe, a demanda perde um pouco de força, pressionando os preços baixarem. Por outro lado, a Selic baixa pode elevar o consumo, fazendo com que a inflação ganhe fôlego.
Nos últimos meses foi isso o que aconteceu. A Selic permaneceu em 2% por cerca de seis meses, permitindo que o consumo aumentasse, assim como a inflação.
Nessas situações, o Copom, que faz parte do Banco Central, pode decidir qual direção a taxa irá tomar. Atualmente, a expectativa é que haja ainda mais aumento para equilibrar a inflação que vem assustando os consumidores. Até porque, por conta da pandemia, o país perdeu cerca de 5% da renda per capita, segundo dados da ONU, fazendo com que várias famílias tivessem dificuldades para fazer as compras básicas.
Impacto da Selic no consumo e nos investimentos
A Selic mais alta pode ajudar a controlar o aumento dos preços. Mesmo itens básicos do dia a dia sofreram bastante no último ano, pela alta do consumo e de outras questões – como estiagem e baixa oferta em outros países.
O feijão preto, por exemplo, subiu 60% em apenas um ano. Segundo as ofertas do Atacadão de Cuiabá, o produto tem saído por R$ 5,79, mas antes custava menos. Por sua vez, o seu acompanhante, que é o arroz, também teve um aumento expressivo de 70%. Agora, o pacote de cinco kilos pode ser encontrado por R$ 18,98.
No caso do arroz, a diminuição da oferta asiática, por mudanças climáticas, e o aumento do dólar fizeram com que o produto fosse mais exportado. Isso fez diminuir com que o mercado nacional ficasse em segundo plano.
Além do impacto nos preços e no consumo, a Selic também interfere nos produtos financeiros que a utilizam como referência. Para a poupança, a expectativa é positiva, já que quando a Selic está igual ou menor do que 8,5%, o rendimento é de 70% da Selic + Taxa Referencial (TR) – atualmente está em zero. Caso a Selic chegue a mais de 8.5%, então, o rendimento mensal será de 0.5% + TR.
Outras aplicações como CDBs e títulos do Tesouro Direto usam a Selic como base. Dessa forma, quanto mais a taxa cresce, mais retorno financeiro o investidor pode ter.
De qualquer maneira, da mesma forma que é necessário pesquisar para fazer compras, é importante analisar os investimentos para ver qual se aplica ao objetivo definido. Afinal, há aplicações que rendem mais no longo prazo, enquanto outras são melhores para quem deseja resgatar o dinheiro em pouco tempo.