Macapá terá primeira clínica-escola do Autista
Espaço vai atender alunos da rede municipal e deve começar em abril.
Macapá vai ter a primeira clínica-escola voltada ao tratamento de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) da rede municipal de ensino da capital. O anúncio da criação foi feito na quinta-feira (17), durante palestra que abordou as características genéticas do autismo.
A clínica-escola será um espaço com equipe multidisciplinar que vai oferecer assistência especializada aos alunos autistas. A implantação do espaço é inédita e vai reforçar o processo de ensino e o atendimento de saúde no contraturno das aulas.
De acordo com o prefeito de Macapá, Dr. Furlan, a expectativa é que o espaço entre em operação em abril. “Abril é o mês do autismo, e nada mais justo do que entregar esse espaço na data que simboliza a conscientização da sociedade para a questão do Transtorno do Espectro Autista. Nossa rede municipal conta com mais de 500 alunos, e vamos reforçar a qualidade de vida dessas crianças”, destaca.
A clinica-escola vai fazer o acompanhamento multiprofissional e multidisciplinar e também o rastreio de crianças neuroatípicas. Fonoaudiólogos, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, nutricionistas, pedagogos e terapeutas passarão a interagir com as crianças e a orientar os pais com tarefas do dia a dia que ajudam, por exemplo, no desenvolvimento motor delas.
“Na educação da criança com autismo, devemos trabalhar com atividades que estimulem a resolução de problemas e a independência em situações cotidianas. A qualificação da nossa equipe é fundamental para trabalhar de maneira flexível, adequado às situações de uma sala de aula inclusiva”, ressalta Rayssa Furlan, secretária de Mobilização e Participação Popular.
No espaço também será possível fazer a estimulação precoce direcionada às crianças que possuem algum atraso no desenvolvimento psicomotor, estímulo a habilidades voltadas as artes e musicoterapia, além do acompanhamento psicopedagógico e estimulação sensorial para prevenir e monitorar comorbidades.
“Essa é a primeira clínica-escola de Macapá, e precisamos cada vez mais da sensibilidade e dos cuidados dos gestores com os alunos com TEA para que isso não afete o seu desenvolvimento”, comenta a palestrante, Camila Milagres.
Estrutura
O prédio da clínica-escola é acessível, com térreo e pavimento, incluindo acessibilidade. A estrutura contará com salas de acolhimento, atendimento, fisioterapia, serviço social, pedagógica e de atividades coletivos. Além disso, a clínica-escola também terá espaço multiuso, voltado a dança, jogos e atividades diversas e sala de Atividades de Vida Diária (AVD).
A clínica-escola funcionará na Avenida Procópio Rola, no bairro Pacoval e o espaço foi estrategicamente escolhido por estar na região central da capital, com ampla oferta de transporte coletivo.
“A gestão do espaço será feita de forma compartilhada entre Educação e Saúde para garantir um atendimento multiprofissional necessário e de qualidade visando o desenvolvimento pleno das crianças que serão atendidas”, diz a secretária municipal de Planejamento, Leila Gomes.
Atendimento
Os pacientes assistidos, de 0 a 10 anos, serão encaminhados a partir das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e das escolas da rede municipal. O projeto é uma realização integrada das secretarias municipais de Mobilização e Participação Popular, Planejamento, Educação e Saúde.
Os atendimentos semanais serão feitos de acordo com as características de cada aluno e isso estará alinhado ao plano de intervenção, que será individualizado e produzido após a avaliação e diagnóstico da criança.
Reforço
A clínica-escola faz parte do pacote de medidas da Prefeitura de Macapá para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos autistas.
Em fevereiro, uma equipe de gestores municipais viajou até a cidade de Santos, em São Paulo, para conhecer a Clínica Escola do Autista, que é referência no país. Além da estrutura física, a comitiva conheceu os métodos de atendimento, desde o acolhimento dos pacientes até as etapas do tratamento.
A Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Amapá (AMA) recebeu, neste mês de março, 18 centrais de ar para as salas da entidade. Com a climatização, a instituição ampliou os atendimentos, que antes aconteciam apenas no turno da manhã por conta do calor no período da tarde.
Outra iniciativa é a criação da caderneta de alimentação inclusiva, com orientações para profissionais da educação e famílias dos estudantes com o espectro autista que possuem algum tipo de transtorno alimentar.
A iniciativa faz parte do Programa Alimentação Inclusiva (PAI), que será implementado pela Prefeitura de Macapá neste primeiro semestre de 2022. A servirá como documento de identificação para estudantes com restrições alimentares, facilitando o acompanhamento nutricional e psicológico.
Secretaria Municipal de Comunicação Social
Fotos: Rogério Lameira/PMM