Amapaense nota mil no Enem diz que na infância escrevia todos os dias

Andria Sá com os livros e diários que a acompanharam por toda a vida (Foto: John Pacheco/G1)
Andria Sá com os livros e diários que a acompanharam por toda a vida (Foto: John Pacheco/G1)

Com a mãe e quatro tias professoras, a amapaense Andria Sá, de 21 anos, diz que não foi muito difícil estudar e tirar nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apesar da tranquilidade para dissertar, a amapaense do município de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá, comemora com surpresa a nota máxima, alcançada por 250 dos mais de 6,2 milhões de concorrentes do exame em 2014.

“Sempre foi incentivo da minha família, que exigiu muito de mim. Na infância fazia redações todos os dias para ter o hábito de gostar de escrever e ler. Para aquilo não se tornar uma obrigação e eu acabar desistindo, escrevia as redações no meu diário, o mesmo onde escrevia meus segredos”, brinca Andria, que obteve a nota 524 na média das cinco provas.

A estudante, que já é formada em educação física, diz que fez o Enem apenas para testar os conhecimentos. Ela planeja no futuro ingressar na área de fisioterapia.

Andria ainda guarda os diários com as primeiras redações que escreveu, além dos livros comprados pela mãe, de vários gêneros, de romances de Machado de Assis até os contos clássicos como Rapunzel e Cinderela, dos Irmãos Grimm.

“Esperava uma nota boa, mas não a máxima, e ficar num grupo seleto de 250, e só 250, em todo o Brasil é surpreendente. O tema também ajudou, pois algumas leituras que usei no meu TCC [Tese de Conclusão de Curso] eram relacionadas à publicidade infantil e à relação entre crianças com elas mesmas. Terminei o texto até com medo, pois citei alguns autores que deixaram a redação com cara de monografia, mas deu certo”, lembra.

Outra paixão que levou Andria a entrar de vez no caminho da leitura e da escrita, incentivada pelo pai, foram as palavras cruzadas. A jovem conta que na adolescência dela os dois se tornaram amantes do passatempo. Atualmente ela tenta incentivar o filho de quatro anos a seguir pelo caminho das letras com a leitura de livros e revistas.

“Esse resultado me fez ver a importância de ler para o desenvolvimento de uma pessoa. Ela é facilitadora para qualquer um, pois não existe prática sem teoria e nem teoria sem prática. Quem não lê, não tem conhecimento e nunca vai conseguir colocar suas ideias no papel. Mas antes de tudo a pessoa tem que gostar de ler, não adianta os melhores autores se não há o gosto pela obra”, sugeriu Andria.

John Pacheco
Do G1 AP

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