Programa de piscicultura da prefeitura garante peixe a preço mais acessível
Garantir renda ao pequeno produtor rural e levar peixe mais barato ao consumidor. Essa é a proposta do Programa de Incentivo à Piscicultura, criado pela Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) e implementado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Semdec) há dois anos, que agora chegou à etapa final de todo o processo de produção com a venda do peixe nas feiras.
Neste sábado, 24, aquicultores do Porto do Céu, no distrito do Coração, realizaram a retirada de duas toneladas de Tambaqui dos tanques criatórios para levar o produto, pela primeira vez, diretamente para o consumidor, a um preço acessível, R$ 9,00 o quilo.
Todo o transporte foi feito pelo caminhão-tanque adquirido recentemente pelo município, com capacidade para 5 toneladas de peixe vivo, e, que por ser próprio para essa finalidade, mantém a qualidade do produto e seu teor proteico.
Para Sebastião Barata, que há 31 anos é agricultor, a iniciativa da prefeitura beneficia toda a cadeia produtiva e aumenta a renda familiar de quem, como ele, investiu na piscicultura. “O apoio da prefeitura tem sido muito importante pra gente. Na agricultura, a mão de obra é maior, mais pesada. Acho também que o fundamental é que todos saem ganhando, porque o preço é acessível e o produto tem mais qualidade. Além do mais, significa uma melhoria no nosso orçamento”.
O presidente da Associação de Produtores da Vila Valdemar, Erinaldo Siqueira, há três anos realiza o cultivo do peixe vivo e encontrou na atividade uma forma de melhorar a qualidade de vida dos agricultores do Coração. “Depois que o programa foi criado, ofereceu um diferencial financeiro, porque é uma alternativa de venda, a baixo custo. Hoje, o investimento para nós não se compara ao que teríamos de desembolsar se tivéssemos que pagar as máquinas para escavação e os insumos. Nossa proposta é aumentar a quantidade de tanques para atender todos os 56 produtores associados”.
Pelo programa, o futuro aquicultor tem acesso à escavação de tanques, doação de alevinos, transporte adequado e assessoria técnica, em parceria com a Universidade Estadual do Amapá (Ueap), atendendo a todas as etapas da cadeia produtiva do pescado. Produtores familiares dos polos de Fazendinha, Ambé, São Pedro dos Bois, Mel da Pedreira, Conceição do Macacoari, Curiaú, Pacuí e Maruanum também já estão inseridos no programa, que tem como meta atingir mais de trezentos produtores rurais em todo o município até o final do ano.
O projeto Peixe Vivo deverá aumentar o consumo da carne de peixe, notadamente no período da Semana Santa, a preços acessíveis e com subsídio municipal aos piscicultores. As atividades técnicas da criação de peixes de água doce das espécies Tambaqui e Pirapitinga e seus híbridos, Tambacu e Tambatinga, muito consumidos na região Norte, estão sendo acompanhadas através de parceria com a Ueap, e espera-se que mais de duzentas toneladas do produto abasteçam a cidade através do programa, em 2015. Para a Semana Santa, mais de 20 mil quilos de peixe chegarão às feiras através do projeto, que irá atender, em especial, famílias de baixa renda.
De acordo com o titular da Semdec, Luís Pingarilho, o projeto veio para ficar. “Essa é a primeira vez que os produtores recebem um incentivo dessa natureza. A proposta, daqui para frente, é baratear ainda mais a venda do peixe vivo com a criação da fábrica de ração e do laboratório de alevinagem”.
O prefeito Clécio Luís acredita que, com o fomento, a PMM agrega valor a um alimento tão importante para a população. “Esse programa garante um produto importante na dieta alimentar. São agricultores familiares, para quem oferecemos oportunidade de diversificar suas atividades e produzir um alimento que é cultural e que não pode faltar na mesa do amapaense”.
O projeto Peixe Vivo movimentou a feira do produtor, no Pacoval, e agradou aos consumidores. O agente de portaria Maximiano Barbosa fez questão de garantir o peixe para o almoço de sábado.“Está bom de preço, principalmente porque é um peixe sadio, de qualidade, no bolso e na mesa”.
Ruth Helena Carrera/Asscom Semdec
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Fotos: Max Renê