Diagro analisa seis mil amostras para avaliação da febre aftosa no Estado
Mais de seis mil amostras de sorologia, coletadas pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro), serão a base para avaliar a circulação do vírus da febre aftosa no Estado. Os dados estão no relatório parcial da campanha estadual de vacinação contra a doença, realizada em 2014, do Oiapoque a Laranjal do Jari.
O material, que será encaminhado para análise nos próximos dias ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi recolhido em bovinos e bubalinos, de 251 propriedades rurais do Amapá.
O total de animais vacinados o ano passado será divulgado na próxima semana, informa o diretor-presidente da Diagro, Otacílio Pereira Barbosa. O Estado possui, atualmente, cerca de 290 mil animais do gênero.
Até 2012, o Amapá era considerado como "risco desconhecido" da febre aftosa, pela ausência de relatório que identificasse campanhas e doença no Estado. Segundo Barbosa, a inexistência desse material impossibilitou a imunização mais abrangente e criou um gargalo.
"Perdemos receita. O Amapá poderia ser um corredor de exportação, além de ter condição de abastecimento de 66% da carne verde do Estado. A dissintonia no setor e falta de profissionais qualificados, impediram o envio do relatório e automaticamente, criou uma ausência de credibilidade", lamenta.
Em 2013, dos 55 mil bovinos identificados no Estado, 42 mil foram vacinados. Em relação aos bubalinos, de 130 mil, 119 mil foram imunizados. A expectativa da Diagro é que, os números referentes à campanha de 2014, sejam maiores e, para 2015, o índice de animais vacinados ultrapassem os 90%.
Para isso, a Agência retomou esse ano a missão de reorganizar as unidades avançadas do Estado e, em parceria com o Ministério da Agricultura, Ministério Público, associações, federações e cooperativas, criou uma força-tarefa em busca do título oficial de erradicação da febre aftosa no Amapá.
Uma das estratégias da Diagro, conforme Barbosa é identificar e vacinar o rebanho dos pequenos produtores. Além disso, serão intensificadas as campanhas de conscientização e mais rigor na penalização.
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de aftas, principalmente, na boca e nos pés de animais de casco. A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção.
O principal efeito da febre aftosa é comercial. A doença afeta o comércio interno e externo de animais e seus produtos. Devido ao alto poder de difusão do vírus e aos impactos econômicos provocados pela doença, a maioria dos países estabelece fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus produtos oriundos de regiões com ocorrência da febre aftosa.
A ocorrência da doença, além disso, tem também efeitos diretos sobre o bem-estar animal, na produção e produtividade dos rebanhos e é uma ameaça à segurança alimentar de pequenos produtores.